Ampliar o investimento e buscar inovações com foco na atenção primária é essencial para a obtenção de avanços na saúde e aumento na qualidade de vida dos pacientes. A avaliação é da médica ginecologista e CEO da Startup SeeMe, Stephani Caser.
“Quando a gente fala de saúde, a prevenção é a melhor forma. E uma coisa que a população brasileira tem é que ela faz muito exame, ela faz muito diagnóstico. Não é todo lugar do mundo que é assim. E quando você consegue integrar soluções de rastreamento dentro de uma operadora, dentro do convênio, ou dentro do serviço de saúde pública, faz com que esse paciente, além do rastreamento, faça a parte de prevenção primária.”
Ela explica que o foco da saúde no país já esteve no diagnóstico e no tratamento de doenças, mas que essa perspectiva vem mudando com o tempo, e, hoje, a prevenção tem ganhado destaque, garantindo à população aumento na qualidade de vida.
“São etapas: prevenção, rastreamento diagnóstico, tratamento e cura. Então, trazer essa balança para a parte de prevenção, para a parte de rastrear, faz com que a gente chegue no objetivo final, que é ter no começo da doença mais casos (diagnóstico precoce), para você conseguir tratar, curar e ter uma vida com qualidade."
A observação foi feita durante o painel “A inovação a serviço da saúde”, que integrou o terceiro dia da InsightES - Semana de Inovação Capixaba, promovida pela Rede Gazeta. Também participaram do debate: André França, médico especialista em Operações de Saúde da MedSênior, e Ronaldo Cohin, CEO da Startup Jade Autism.
França cita a SeeMe, comandada por Stephani, como um exemplo de uso da tecnologia no auxílio à prevenção de doenças. A empresa busca ajudar mulheres a detectar o câncer de colo do útero em casa por meio da autocoleta vaginal de DNA-HPV, sem precisar ir para clínicas ou hospitais.
“Existem várias outras focadas também no rastreio de patologias oncológicas, no rastreio de doenças neurológicas, doenças psiquiátricas, que podem estar apoiando esse tipo de direcionamento dentro da operadora. E como o enfoque da operadora, por exemplo, está direcionado à medicina primária, o maior investimento dela tem sido nesse sentido, buscando soluções para poder estar auxiliando nesse tipo de desenvolvimento.”
Ronaldo Cohin destaca que, além do ganho para os pacientes, o próprio sistema de saúde é beneficiado ao implementar melhorias na atenção primária, que vem ganhando reforço com o desenvolvimento de novas tecnologias de rastreamento de doenças nos últimos anos.
“A prevenção, por exemplo, é uma medicina de muito menor custo em relação ao tratamento da patologia, além de evitar as consequências relacionadas à perda de funcionalidade das pessoas, a limitação que isso pode trazer. Então, é o que garante a sustentabilidade do sistema de saúde como um todo, não só do serviço privado, mas do serviço público também.”
Os especialistas ponderam que conseguir investidores brasileiros para projetos de Healthtech (soluções tecnológicas inovadoras em saúde) ainda é um desafio, e, por isso, muitas empresas tendem a buscá-los no exterior, mas frisam que o mercado como um todo é promissor e tem potencial para mudar muitas vidas.
O InsightES é um evento gratuito e vai até sexta (20), com discussões sobre tendências, desafios e oportunidades de inovação em diferentes segmentos.
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