O planejamento de reabrir o comércio no Espírito Santo em dois turnos já na próxima segunda-feira (4) causou preocupação em muitos capixabas. Mas a médica infectologista Rúbia Miossi explica que a reabertura das lojas só será possível graças às medidas de prevenção ao novo coronavírus que o governo do Estado adotou no período que os estabelecimentos ficaram fechados, como a compra de novos leitos, orientações sobre prevenção e isolamento social. Ela afirma que os cuidados devem ser mantidos.
A infectologista Rúbia Miossi falou sobre o assunto na manhã desta segunda-feira (27) no Bom dia ES, da TV Gazeta. Ela explicou que todas as medidas adotadas pelo governo vão de acordo com os dados da curva da Covid-19 no Estado, e não por pressão popular. De acordo com a médica, o Espírito Santo tem conseguido números mais otimistas do que os locais onde o isolamento foi negligenciado, o que ajudou na decisão de reabrir o comércio na próxima semana.
"Vimos países que negligenciaram a questão do isolamento e depois entraram em uma fase tão crítica que tiveram que fechar tudo as pressas e colocar todo mundo em casa em um momento da epidemia em que as pessoas já estavam doentes e levavam a doença para casa. Não queremos repetir isso. As medidas vão mudar conforme essa curva for acontecendo. Minha fala hoje é um pouco mais otimista justamente por saber, por exemplo, o número de leitos previstos para serem abertos. Quem não está por dentro do que o Governo Estadual tem feito desde janeiro, preparando leitos, equipes e protocolos, de fato fica preocupado com a abertura do comércio. Mas o Estado está preparado para dar esse passo agora", acredita.
Miossi completou que a abertura dos comércios deve contar com regras que serão criadas ainda esta essa semana. Ela disse, ainda, que houve um aumento na curva por uma questão técnica, pois o número de resultados de testes ficou parado por conta de máquinas que apresentaram problemas. Segundo a infectologista, apesar do otimismo, a população não deve ficar 100% tranquila e continuar fazendo a sua parte, como manter a higiene, o uso de máscaras e o maior isolamento social possível.
"Se cada um fizer sua parte, vai dar certo a estratégia. Até agora sempre tivemos uma mensagem mais dura e restritiva porque precisávamos desse tempo para as coisas serem planejadas. O Estado está conseguindo a implantação de leitos novos e as coisas estão acontecendo até de forma um pouco rápida, fruto de um esforço de vários profissionais. Eu não tenho relação com o governo do Estado. Mas sou profissional da saúde e vejo o empenho, por isso meu otimismo. Não quero dizer que pessoas não vão adoecer ou morrer. Isso vai acontecer. Mas precisamos que aconteça devagar porque assim conseguimos o que chamamos de imunidade de rebanho. O que não pode é todo mundo adoecer ao mesmo tempo, porque esgotaria o sistema de saúde", alertou.
Ela completa que o planejamento do Estado não conta com hospitais de campanha porque serão mantidas medidas como o uso obrigatório de máscara e higiene. De acordo com a médica, se o governo perceber que a curva voltou a subir, sem controle, devido à reabertura do comércio, novas decisões como um novo fechamento deverão ser tomadas.
"Nada disso que estamos falando é para relaxar pensando que está tudo bem, que tem onde internar... Não é isso. Devemos continuar com o isolamento social, saindo de casa epenas por necessidades, não para sair batendo perna por aí. As coisas não voltaram ao normal. É preciso manter o bom senso. Sei que contar com o bom senso de 100% das pessoas não é possível, mas quem conseguir, já ajuda. Fica o alerta: use a máscara, higienize logo após o uso e mantenha o espaço seguro entre outras pessoas. Se cumprirmos todas as orientações, passaremos por isso com chances de salvar vidas, o que não tínhamos há um mês", explicou.
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