Um jacaré foi encontrado na praia de Carapebus, na Serra, na Grande Vitória, nesta quinta-feira (13), por funcionários de um restaurante da região.
O animal estava ferido e ao ser levado para uma clínica veterinária, foi descoberto que tinha um anzol agarrado no esôfago.
Ele foi colocado em uma piscina até ser resgatado por especialistas.
"Foi um resgate inusitado, primeiro mandou imagens dele na praia e depois em uma piscina. Em um ambiente natural e preservado, ele iria para a praia e voltaria para a lagoa, sem problema nenhum. Porém, hoje em dia temos um grande impacto humano nas restingas da praia, que temos agora quiosques, casas e demais impactos da sociedade", explicou Yhuri Cardoso Nóbrega, coordenador do Projeto Cayman, que cuida de animais.
O jacaré foi levado por integrantes do projeto para uma clínica veterinária em Vitória, onde passou por exames.
"Encontramos um anzol fixado na região do esôfago que não entrou no estômago. Dentro do estômago dele, o raio x apontou que há um conteúdo com densidade alterada e sinais de ossos. A suspeita é que alguém usou um caranguejo, pois vemos os ossos desse animal, como isca para tentar pescar o jacaré", explicou Natália Faria, veterinária.
O jacaré vai precisar passar por uma cirurgia para tirar o anzol e deverá ficar internado para recuperação, como detalhou a veterinária.
"Ele vai engolir essa isca inteira, a parte que é alimento vai sendo digerida. Já o anzol, por não ser digerida pelo corpo dele, precisa ser retirado por uma cirurgia. Se ficasse ali, esse anzol ficaria preso no corpo dele, evoluindo para uma infecção e levando esse animalzinho a óbito", esclareceu.
Por não ser um animal que vive no mar, o jacaré estava dando voltas entre as ondas quando foi encontrado. Um dos motivos de jacarés como este aparecerem em lugares fora do habitat é a interferência do homem. A lagoa de Carapebus desemboca no mar, caminho que pode ter sido usado pelo animal.
"Vimos o jacaré no mar e sabendo que ele é da lagoa, colocamos na piscina em construção. Parecia meio perdido. Quando chove muito a lagoa é aberta e ligada ao mar para não encher as casas de água e acaba gerando um impacto ambiental", contou Gustavo Coutinho, que ajudou no resgate.
Os veterinários orientam a não pegar o jacaré ou apreendê-lo.
"Nunca mexa no animal, ligue para o Projeto Cayman ou para o Ciodes 190. Iremos ao local buscá-lo e também para explicar porque esse animal incrível apareceu próximo deles e o que podem fazer para ajudar a salvar essa espécie tão emblemática", pontuou Yuri Nóbrega.
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