Ainda faltam dez dias para janeiro chegar ao fim, mas este já é o mês com mais casos confirmados do coronavírus de toda a pandemia no Espírito Santo. Do início do ano até esta quinta-feira (20), foram registradas mais de 71 mil novas infecções, conforme atualizações diárias do Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Até então, o recorde pertencia a dezembro de 2020, quando 58.250 contaminações foram registradas no Estado. O número atual também chama atenção se comparado com o do mês anterior: em dezembro do ano passado, as contaminações não chegaram a 10 mil – um aumento superior a sete vezes.
Desde o início deste ano, o Espírito Santo vive uma explosão de casos do coronavírus. Segundo especialistas e o próprio secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, o crescimento é consequência das festas de Natal e Réveillon e da variante Ômicron – que é mais transmissível e já responde por quase todas as infecções.
A expectativa do Estado é que esta nova fase de expansão, que configura a quarta onda da pandemia, continue ao longo das próximas semanas. Dessa forma, se o ritmo de novos positivados permanecer no mesmo nível de agora, janeiro pode terminar com mais de 100 mil casos confirmados da Covid-19.
Apesar da maior testagem, o infectologista Lauro Ferreira Pinto acredita que o recorde de casos reflete o cenário atual. "O Brasil, de uma maneira geral, está com mais disponibilidade de testes que em abril, mas, mesmo assim, nunca vi tanta gente infectada e tanto movimento nos serviços de emergência", afirma.
Conforme observado em outros países, a curva causada pela Ômicron não tem causado impacto proporcional nas internações e nos óbitos. Entretanto, o especialista alerta que será preciso ter paciência ao longo das próximas três semanas – período médio que ele imagina que dure a nova fase de expansão.
Até esta quinta-feira, o mês de janeiro acumula 77 mortes causadas pela Covid-19 no Espírito Santo. Considerando a média diária, é a menor quantidade desde abril de 2020, quando as primeiras mortes foram registradas no Estado. Ainda assim, é como se quase quatro pessoas falecessem por dia.
A reportagem de A Gazeta procurou a Secretaria de Estado da Saúde para comentar o recorde e, assim que a Sesa for ouvida, este texto será atualizado.
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