A universitária Bianca Andrade, de 25 anos, moradora de Flexal II, em Cariacica, estava prestes a começar uma nova etapa da vida até ser surpreendida ao realizar um exame admissional. Estudante de pedagogia, ela iniciou, em julho de 2023, processo de contratação para começar um estágio em uma escola particular, e foi informada de que havia alterações nos leucócitos, em exame de sangue, e teve a recomendação de procurar um médico com urgência. Veio, então, a notícia que ninguém quer ouvir: a jovem estava com câncer.
A estudante até chegou a iniciar o estágio, porém, devido ao tratamento, teve que interromper essa jornada. Entre sessões de quimioterapia, Bianca chegou a contrair uma infecção no pulmão que avançou para um quadro generalizado, chegando a deixá-la em coma. Quando acordou, a jovem precisou fazer uma cirurgia para amputar as pernas, que haviam necrosado. Agora, a universitária está arrecadando doações para fazer adaptações na casa onde mora com a família e conseguir se locomover com cadeira de rodas dentro da residência.
Bianca, num primeiro momento, acreditou que poderia se tratar de um erro no exame e, por isso, repetiu o procedimento que, infelizmente, acusou o mesmo resultado. Ela procurou um especialista e veio o diagnóstico de Leucemia Linfóide Aguda, um tipo de câncer do sangue e da medula óssea que afeta os glóbulos brancos.
"Logo o médico já me inteirou do caso, porque ele tinha que entrar logo com o tratamento quimioterápico venoso", contou. Inicialmente, a jovem ficaria internada por cinco dias, mas, durante a quimioterapia, sofreu várias infecções. Com isso, o tempo de internação foi aumentando.
Ao todo, foram cinco sessões. Quando iria fazer a sexta, já em fevereiro deste ano, o que começou como uma falta de ar, se tornou um dos momentos mais dramáticos do tratamento.
"Cheguei ao Pronto Atendimento com febre e depois foi me dando falta de ar. Pedi oxigênio para a médica. Eu estava com muita fadiga. Ela até comentou que poderia ser ansiedade, mas eu acreditava que não. Tive que insistir pelo oxigênio. Ela veio com a mangueirinha de oxigênio. Daí só foi aumentando esse oxigênio até eu chegar na máscara. Depois, não lembro de mais nada", narrou Bianca.
A jovem disse que estava com uma infecção pulmonar que evoluiu para um quadro generalizado e, posteriormente, o coma. Bianca disse que precisou tomar muita noradrenalina para estabilizar a pressão. "Eu acordei desesperada na UTI, já com as mãos amarradas e com o tubo na boca. Os pés estavam todos enfaixados. Minhas mãos e pés haviam necrosado. A sola do pé ficou bem escura e doendo", explicou.
As mãos, segundo os médicos, ainda vão se curar. Já os pés, precisaram ser amputados. A família, então, decidiu começar a arrecadar doações para adaptar a casa às novas condições de mobilidade de Bianca.
Agora, na cadeira de rodas, Bianca vai precisar que a casa esteja adaptada à nova realidade dela. Os cômodos onde a jovem mais circula vão precisar passar por mudanças, principalmente o banheiro, que deverá ser aumentado, e barras de apoio terão que ser instaladas para a acessibilidade. Em seu perfil em uma rede social — que pode ser acesso, abaixo —, ela faz rifas e divulga os canais para doações. Veja abaixo:
Ela chegou a começar estágio para o qual fez exame admissional, mas teve que interromper por conta do tratamento. A faculdade também foi trancada, poucos dias antes da infecção pulmonar. No entanto, o sonho de Bianca ainda é voltar a estudar e trabalhar.
"Quero terminar a faculdade, trabalhar e voltar à minha vida como era antes. Eu sou acostumada a trabalhar e estudar. Antes, eu já fazia estágio em outra escola. Desde que o tratamento começou, minha vida parou completamente", finalizou a jovem.
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