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Justiça derruba restrição para advogados entrarem em presídios no ES

Justiça derruba restrição para advogados entrarem em presídios no ES

Decisão liminar do desembargador Telêmaco Antunes de Abreu Filho no início da noite desta sexta-feira (19) suspendeu trechos de portaria da Sejus

Publicado em 19 de maio de 2023 às 20:00

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Presídios no Espírito Santo são administrados pela Sejus
Presídios no Espírito Santo são administrados pela Sejus. (Divulgação | Secretaria de Justiça do Espírito Santo)

Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) derrubou no início da noite desta sexta-feira (19) uma limitação imposta por uma portaria da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) com novas regras para o atendimento feito por advogados em unidades prisionais capixabas

A decisão, de caráter liminar, foi assinada pelo desembargador Telêmaco Antunes de Abreu Filho no início da noite desta sexta. A ação na Justiça foi impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil seção Espírito Santo (OAB-ES) para garantir o acesso dos advogados às unidades prisionais sem restrição. 

O desembargador suspendeu a aplicação de três das novas regras, sob pena de multa diária de R$ 500. São elas: 

As medidas, que haviam sido recomendadas pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), queriam evitar casos de atendimentos prolongados, por horas, e até transmissão de mensagens de conteúdo criminoso, como ordens para homicídios.

Justiça derruba restrição para advogados entrarem em presídios no ES

"Diante dessas premissas, a meu sentir, ao menos nessa fase embrionária da relação processual, as provas pré-constituídas que foram carreadas na presente ação constitucional, aparentemente, são plausíveis no sentido de demonstrar a ilegal restrição aos direitos dos advogados diante da portaria que ora se questiona", diz o desembargador, na decisão.

A portaria da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) foi publicada nesta sexta e já estava em vigor no sistema penal. As medidas querem evitar casos de atendimentos prolongados, por horas, e até transmissão de mensagens de conteúdo criminoso, como ordens para homicídios.

De acordo com o presidente da OAB-ES, José Carlos Rizk, a nova portaria viola as prerrogativas da advocacia, previstas em estatuto da categoria, e por isto a necessidade de uma ação para reverter os seus efeitos.

O que diz a Sejus

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que dará cumprimento à decisão judicial. A pasta afirmou, porém, "que os recursos cabiveis à decisão serão elaborados pela Procuradoria Geral do Estado para que sejam ajuizados".

"A Sejus reforça que vai continuar suscitando o debate sobre a segurança nas unidades prisionais, que são de interesse da segurança pública", diz a nota.

A secretaria ainda destacou que a regulamentação dos horários de atendimento jurídico já existe em outros estados, incluindo o sistema penitenciário federal, que conta com portaria estabelecida pelo Ministério da Justiça.

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