O reforço na segurança para a realização do júri popular do pastor Georgeval Alves Gonçalves vai ser mantido nesta terça-feira (18), atendendo a pedido do Poder Judiciário estadual. O julgamento foi iniciado e suspenso no último dia 3, após a defesa do pastor abandonar o salão do júri, e vai ser retomado com apoio da Polícia Militar, que fará a cobertura na área externa e interna do Fórum de Linhares, onde vai ser realizado o julgamento.
Assim como há duas semanas, a presença de mais policiais foi requisitada pelo juiz da 1ª Vara Criminal do município, Tiago Fávaro Camata, para evitar quaisquer contratempos durante o júri do pastor, que é acusado de ter violentado sexualmente, torturado e colocado fogo no filho Joaquim Sales Alves, de 3 anos, e no enteado Kauã Sales Butkovsky, de 6 anos, no caso conhecido como a Tragédia em Linhares. As crianças morreram em um incêndio, na madrugada de 21 de abril de 2018, dentro da casa onde a família morava.
Georgeval vai ser julgado pelas acusações de duplo homicídio qualificado, duplo estupro de vulnerável e tortura.
Podcast Madrugada de terror: a morte de Kauã e Joaquim conta em três episódios tudo que se sabe sobre a tragédia que vitimou os meninos e tornou o pastor Georgeval, padrasto e pai das crianças, respectivamente, como suspeito de assassinato. Ouça a história aqui.
A assessoria do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) apenas confirmou o reforço na segurança, mas não foram informados detalhes por questões estratégicas.
Sob a alegação de ter sofrido ameaças e que os jurados de Linhares não seriam imparciais, pois teriam se manifestado a respeito do caso nas redes sociais na época do incêndio, a defesa de Georgeval deixou o salão do júri logo após o início do julgamento, no dia 3 de abril. Como o juiz não poderia prosseguir com o julgamento sem que o réu tivesse defesa presente, foi redesignado um advogado dativo para Georgeval e marcada nova data para o dia 18 de abril.
Antes disso, a defesa de Georgeval havia pedido a suspensão do julgamento e decretação de segredo de justiça, ambas negadas pelo magistrado.
Em nota, a defesa informou que continua constituída para o julgamento pelo Tribunal do Júri e reafirmou compromisso com a ética, justiça e respeito às prerrogativas e ao livre exercício da advocacia. Afirmou também que provará em plenário a inocência de Georgeval Alves Gonçalves, "bem como o grave erro judiciário ao qual está sendo submetido".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta