A psicóloga forense Elise Karam Trindade afirmou que não há indicativo comportamental de que os meninos Kauã Sales Butkovsky e Joaquim Alves Sales, que morreram em um incêndio dentro de casa em 2018 em Linhares, tenham sofrido violência sexual ou tortura anteriormente.
"Posso assegurar que nenhuma criança vítima de violência ou de maus-tratos não manifeste nenhum sintoma. As fotos, as tarefas da escola, a forma como Kauã se referia ao senhor Georgeval (como pai) é uma escolha dele (Kauã), incompatível com o perfil de uma criança que tenha algum tipo de resistência àquela autoridade. Uma criança vítima de violência faz, de alguma forma, um afastamento do agressor. Não há indicativos de que essas crianças tenham sido torturadas ou violentadas sexualmente", afirmou em depoimento na noite desta terça-feira (18).
Ela foi a última testemunha ouvida no primeiro dia do júri popular do pastor Georgeval Alves Gonçalves e foi arrolada pela defesa dele. Georgeval é acusado de ter abusado sexualmente, torturado e colocado fogo no filho e no enteado.
A psicóloga assinou o laudo sobre as condições psicológicas do pastor junto com Hewdy Lobo Ribeiro.
"Nós temos aqui uma avaliação feita através de diversos indicativos. Utilizamos da entrevista psicológica forense, fontes colaterais de informação, testagem psicológica, testagem de psicopatia, análise documental e o conjunto de todas essas informações é que nos faz considerar que ele não apresenta as características dos crimes a ele imputados", declarou ao ser questionada pelo advogado de defesa Pedro Ramos.
Ainda sobre a vida das crianças, foram apresentadas fotos de Georgeval com os meninos em momentos de lazer. Trindade afirmou que as imagens mostram momentos de harmonia da família e não denotam sinais de que Kauã e Joaquim sofriam violência física ou sexual.
Ela citou ainda que os desenhos feitos pelas crianças não excluíam a figura do pai. "Ele (Kauã) internaliza a figura do pai como algo positivo, necessário, que ele expõe espontaneamente. Os desenhos são a forma como as crianças expõem seus mundos internos", declarou a psicóloga forense.
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