As escolas atacadas por um adolescente armado amanheceram rodeadas de tristeza, mas também de carinho neste sábado (26), no bairro Coqueiral, em Aracruz. O luto demonstrado por familiares das vítimas e pessoas que não tinham relação de parentesco, mas que compartilharam a comoção, foi traduzido em forma de cartazes, flores, velas acesas e muitas lágrimas. Quem esteve na frente das escolas no dia seguinte aos ataques conseguiu ver o apoio dado pela população aos familiares das duas professoras e da estudante assassinadas a tiros.
"Luto por Selena", dizia um dos cartazes deixado na frente da escola Centro Educacional Praia de Coqueiral, em referência à adolescente de 12 anos morta durante os atentados. A escola foi a segunda a ser atacada. Antes desse local, o adolescente de 16 anos, apreendido horas após o crime, passou pela Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, onde duas professoras foram mortas.
Os ataques deixaram três pessoas mortas. As duas primeiras na escola estadual; e a terceira, uma adolescente, na escola particular:
O governo do Espírito Santo e a Prefeitura de Aracruz decretaram três dias de luto oficial, em respeito e memória às vítimas dos ataques. Tempo que não deve ser suficiente para curar a dor de uma mãe que perdeu a filha.
Em lágrimas e pedindo a Deus por amor e paz, Thais Sagrillo Zuccolotto, mãe da estudante morta, deu entrevista à TV Gazeta na sexta-feira (26). Segundo ela, a filha demonstrava luz e amor, mas acabou sendo morta em razão do ódio.
A tia de Selena, Tamiris Sagrillo, destacou o trabalho feito pela Polícia Militar ao apreender o adolescente de 16 anos, que é ex-aluno da escola estadual. Tamiris pediu Justiça e que o suspeito pague pelo crime.
Quem compartilha o sentimento é o esposo de Maria da Penha Banhos, Wellington Banhos. A professora da escola estadual será lembrada como uma pessoa que amava o trabalho. Peinha, como era conhecida, deixa três filho: uma menina de 7 anos, outra de 17 anos e um menino de 11 anos.
A dor sentida pela perda de uma filha, sobrinha ou esposa ainda se mistura ao susto dos moradores. Em um lugar calmo no Litoral Norte do Espírito Santo, houve quem nunca imaginasse passar por situação parecida. O assunto tomou conta de todo o Estado, sobretudo da região de Coqueiral, parte afastada do centro da cidade.
"A gente nunca acha que vai acontecer no local que a gente mora", relatou uma moradora à TV Gazeta.
O ataque a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, praticado de forma brutal por um adolescente de 16 anos, que tirou a vida de três pessoas e deixou 13 feridos na manhã de sexta-feira (25), foi marcado pelo desespero de alunos e professores. O atirador conseguiu se deslocar por cerca de um quilômetro entre as duas escolas e fazer novas vítimas antes mesmo que a informação sobre o ataque à primeira unidade de ensino viesse à tona.
A pistola utilizada pelo atirador contra as vítimas da Escola Primo Bitti é de propriedade do Estado e estava à disposição do pai dele, que é policial militar.
Após cometer os crimes, o atirador saiu correndo pelo portão da escola particular, entrou no carro e fugiu em direção à orla de Coqueiral de Aracruz. Posteriormente, a partir das imagens do cerco inteligente do município, foi possível verificar que o destino do assassino era uma casa na mesma região.
Após cercar a área, a polícia aguardou, de acordo com a Polícia Civil, por um amparo jurídico para que pudesse entrar na residência. Em depoimento, o adolescente informou que planejava atacar escolas havia dois anos. O motivo, no entanto, não foi esclarecido até o momento.
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