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Lágrimas e flores marcam o dia seguinte aos ataques em escolas de Aracruz

Lágrimas e flores marcam o dia seguinte aos ataques em escolas de Aracruz

Moradores estão assustados e compartilham o sentimento de tristeza. Governo do Espírito Santo e prefeitura decretaram três dias de luto oficial, em respeito às vítimas

Publicado em 26 de novembro de 2022 às 15:24

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Luto: familiares e moradores de Coqueiral lamentam mortes em Aracruz
Luto: familiares e moradores de Coqueiral lamentam mortes em Aracruz. (Ari Mello)

As escolas atacadas por um adolescente armado amanheceram rodeadas de tristeza, mas também de carinho neste sábado (26), no bairro Coqueiral, em Aracruz. O luto demonstrado por familiares das vítimas e pessoas que não tinham relação de parentesco, mas que compartilharam a comoção, foi traduzido em forma de cartazes, flores, velas acesas e muitas lágrimas. Quem esteve na frente das escolas no dia seguinte aos ataques conseguiu ver o apoio dado pela população aos familiares das duas professoras e da estudante assassinadas a tiros.

"Luto por Selena", dizia um dos cartazes deixado na frente da escola Centro Educacional Praia de Coqueiral, em referência à adolescente de 12 anos morta durante os atentados. A escola foi a segunda a ser atacada. Antes desse local, o adolescente de 16 anos, apreendido horas após o crime, passou pela Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, onde duas professoras foram mortas.

Luto: familiares e moradores de Coqueiral lamentam mortes em Aracruz
Luto: familiares e moradores de Coqueiral lamentam mortes em Aracruz. (Ari Mello)

Os ataques deixaram três pessoas mortas. As duas primeiras na escola estadual; e a terceira, uma adolescente, na escola particular:

  • Cybelle Passos Bezerra, 45 anos, professora
  • Maria da Penha Banhos, 48 anos, professora
  • Selena Sagrillo Zuccolotto, 12 anos, estudante

O governo do Espírito Santo e a Prefeitura de Aracruz decretaram três dias de luto oficial, em respeito e memória às vítimas dos ataques. Tempo que não deve ser suficiente para curar a dor de uma mãe que perdeu a filha.

Em lágrimas e pedindo a Deus por amor e paz, Thais Sagrillo Zuccolotto, mãe da estudante morta, deu entrevista à TV Gazeta na sexta-feira (26). Segundo ela, a filha demonstrava luz e amor, mas acabou sendo morta em razão do ódio.

Familiares de Selena, menina morta em ataque em Aracruz
Familiares de Selena, menina morta em ataque em Aracruz . (João Brito/TV Gazeta)
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A minha filha sempre foi luz e amor. E hoje eu perdi minha filha para o ódio. Não sei como vou seguir sem ela. Perder um filho é uma dor que ninguém está preparado. Só Deus para me dizer como vou seguir. A gente precisa agora de amor e de paz

Thais Sagrillo Zuccolotto
Mãe de estudante morta
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A tia de Selena, Tamiris Sagrillo, destacou o trabalho feito pela Polícia Militar ao apreender o adolescente de 16 anos, que é ex-aluno da escola estadual. Tamiris pediu Justiça e que o suspeito pague pelo crime.

Quem compartilha o sentimento é o esposo de Maria da Penha Banhos, Wellington Banhos. A professora da escola estadual será lembrada como uma pessoa que amava o trabalho. Peinha, como era conhecida, deixa três filho: uma menina de 7 anos, outra de 17 anos e um menino de 11 anos. 

Wellington Banhos, esposo de professora morta em ataques em Aracruz
Wellington Banhos, esposo de professora morta em ataques em Aracruz. (Malu Silper)
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Era uma pessoa que trabalhava muito, uma excelente esposa

Wellington Banhos
Eletricista, esposo de professora morta
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A dor sentida pela perda de uma filha, sobrinha ou esposa ainda se mistura ao susto dos moradores. Em um lugar calmo no Litoral Norte do Espírito Santo, houve quem nunca imaginasse passar por situação parecida. O assunto tomou conta de todo o Estado, sobretudo da região de Coqueiral, parte afastada do centro da cidade.

"A gente nunca acha que vai acontecer no local que a gente mora", relatou uma moradora à TV Gazeta.

Arma do pai, planejamento por 2 anos e fuga para casa: a manhã de ataques

O ataque a duas escolas em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, praticado de forma brutal por um adolescente de 16 anos, que tirou a vida de três pessoas e deixou 13 feridos na manhã de sexta-feira (25), foi marcado pelo desespero de alunos e professores. O atirador conseguiu se deslocar por cerca de um quilômetro entre as duas escolas e fazer novas vítimas antes mesmo que a informação sobre o ataque à primeira unidade de ensino viesse à tona.

A pistola utilizada pelo atirador contra as vítimas da Escola Primo Bitti é de propriedade do Estado e estava à disposição do pai dele, que é policial militar.

Após cometer os crimes, o atirador saiu correndo pelo portão da escola particular, entrou no carro e fugiu em direção à orla de Coqueiral de Aracruz. Posteriormente, a partir das imagens do cerco inteligente do município, foi possível verificar que o destino do assassino era uma casa na mesma região.

Após cercar a área, a polícia aguardou, de acordo com a Polícia Civil, por um amparo jurídico para que pudesse entrar na residência. Em depoimento, o adolescente informou que planejava atacar escolas havia dois anos. O motivo, no entanto, não foi esclarecido até o momento.

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