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Lama no Rio Doce: atingidos no ES definem assessorias para auxiliar negociações

Lama no Rio Doce: atingidos no ES definem assessorias para auxiliar negociações

Assessoria técnica independente ajudará na reparação e compensação dos danos decorrentes do desastre do rompimento da barragem, que comprometeu rio em todo o seu curso em território capixaba

Publicado em 31 de janeiro de 2023 às 11:46

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Linhares - Foz do Rio Doce, poluída pela lama que veio da barragem da mineradora da Samarco. (Fernando Madeira)

Os moradores de Aracruz, Serra e Fundão, no Espírito Santo, atingidos pelo desastre da lama no Rio Doce começaram a escolher  as assessorias técnicas independentes (ATI) que vão auxiliá-los nas negociações do processo de reparação e compensação dos danos decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, de propriedade das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton no município de Mariana, em Minas Gerais, no dia 5 de novembro de 2015. As informações são do g1 ES.

A tragédia comprometeu o Rio Doce em todo o seu curso em território capixaba, desde a divisa entre Aimorés (MG) e Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, até a foz em Regência, distrito de Linhares, no Norte do Estado.

Foz do Rio Doce, em Linhares, poluída pela lama que veio da barragem da mineradora da Samarco. (Fernando Madeira)

Para as escolhas das assessorias técnicas independentes, serão realizadas reuniões nos três municípios — Aracruz, Serra e Fundão —, já que a população desses locais não havia chegado a um acordo para a escolha das ATIs até o momento.

O calendário das reuniões foi divulgado nesta segunda (30) pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministérios Públicos de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Defensoria Pública da União e Defensorias Públicas de Minas Gerais e do Espírito Santo, juntamente com o Fundo Brasil de Direitos Humanos. 

A assessoria técnica independente (ATI), de acordo com a explicação do MPF no Espírito Santo, tem o objetivo de garantir a paridade de armas ou de efetivo contraditório, dada a vulnerabilidade diante de pessoas jurídicas de grande capacidade econômica.

Ou seja: a assessoria técnica independente será o representante dos atingidos no processo de negociação com as mineradoras, já que as empresas têm grande poder econômico, não podendo ser comparado a força individual dos atingidos.

"O direito à ATI, inclusive, foi reconhecido pelas Empresas, que colaboraram com o Juízo na realização de audiência de oitiva da população. Ele é pressuposto das outras discussões: forma de reparação, reativação econômica das comunidades, início de operação de usina e outros temas", disse o Juízo da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG).

Impasse

De acordo com o MPF, após a eleição da Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI), alguns moradores não concordaram com a opção feita pela maioria da população, provocando um impasse, desde então.

Em outubro de 2022, o Juízo da 4ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG) determinou o início imediato dos trabalhos de assessoria técnica que ainda não haviam se iniciado em toda a região afetada pelo desastre, com exceção do território 11 (composto por Aracruz, Serra e Fundão), justamente devido a tal impasse.

As reuniões têm como objetivo atender a determinação judicial. A primeira ocorreu nesta segunda (30), em Fundão.

Confira o calendário das próximas reuniões:

Oitiva de Nova Almeida (Serra)

Oitiva de Aracruz (Barra do Riacho) e Camaroeiros

Oitiva de Aracruz (Barra do Sahy)

Oitiva de Jacaraípe (Serra)

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