Na madrugada desta quinta-feira (15), o Espírito Santo se despediu de uma das figuras mais emblemáticas no campo da comunicação corporativa: Maria Alice Lindenberg. Viúva do fundador da Rede, Cariê Lindenberg, ela faleceu aos 87 anos, em Vitória, em decorrência de insuficiência respiratória por complicações de fibrose cística. Dona Maria Alice, como era carinhosamente conhecida, deixou um legado de elegância, simpatia e uma inabalável disponibilidade ao diálogo – marcas lembradas por funcionários e ex-funcionários que conviveram com ela por mais de 30 anos.
Maria Alice estruturou a área de Comunicação Institucional da empresa e foi responsável por criar a primeira versão do “Rede de Valores”, documento que rege os princípios éticos e de conduta da organização. Sua visão clara sobre a importância da transparência nas relações empresariais foi um dos pilares de sua gestão. Além de sua contribuição interna, Maria Alice desempenhou um papel crucial no fortalecimento das relações institucionais da Rede com a comunidade e instituições capixabas.
Confira abaixo algumas manifestações de gazeters e ex-funcionários sobre D.ª Maria Alice:
Marcello Moraes, diretor-geral da Rede Gazeta
Sempre me foi clara a marca que dona Maria Alice Lindenberg imprimiu à Rede Gazeta: a abertura ao diálogo, o olhar atento aos contrapontos, o abraço às causas urgentes da sociedade do Espírito Santo. Podiam ser características pessoais desta que foi, seguramente, a maior representante institucional do grupo. Mas, por fim, tornaram-se também pilares da própria empresa.
A contribuição de dona Maria Alice à comunicação e às relações institucionais no Estado ultrapassa a própria empresa. Ela ensinou à organização valores éticos e de conduta que se perpetuaram e que são transmitidos também àqueles com os quais nos relacionamos. Sua preocupação com as mazelas sociais, com a promoção de um Estado justo e com as particularidades das pessoas são bandeiras permanentes e que jamais perderão espaço em nosso dia a dia.
Bruno Dalvi, editor-chefe da TV Gazeta
Conviver com Maria Alice foi testemunhar sua elegância de alma, seu apreço pela cultura, sua preocupação em valorizar a educação e promover o bem estar social. Discreta e simpática, de voz suave, mas firme, trazia sempre um sorriso e um gesto de carinho. Era uma mulher que se importava com o próximo de verdade. Viver no seu tempo foi um aprendizado. Descanse em paz.
Carlos Alberto Silva, fotojornalista
Convivi com Dona Maria Alice por quase 20 anos, mas nos últimos cinco ela se afastou da empresa. A última vez que a abracei foi em 2019, no aniversário da empresa. Ela era uma pessoa de fala calma, sorriso generoso e gestos tão elegantes que me lembravam a realeza britânica. Sim, para mim, Maria Alice era uma majestade! Sempre a admirei, e parecia que ela também gostava de mim. Sempre que me via, abria um sorriso, e eu ganhava um abraço e um beijo. Pequena de estatura, ela costumava dizer: ‘O fotógrafo mais elegante e simpático.’ Eu sorria de volta, todo bobo. Ontem, ao sair da empresa, encontrei Café e, como sempre, perguntei sobre sua mãe. Agora, escrevo sem ordem ou sentido, mas do fundo de um coração que chora… Descanse em paz, minha querida!
Marcio Facco, coordenador de Eventos da Rede Gazeta
No dia 22 de março de 2002, iniciei minha jornada na Gazeta, assumindo o cargo de contínuo da diretoria. Desde então, tive o privilégio de ser guiado por uma das figuras mais importantes do nosso Estado, Dona Maria Alice. Ela sempre foi acolhedora e disposta a compartilhar seu vasto conhecimento, desempenhando um papel fundamental em minha trajetória. Não foi apenas uma mentora no sentido profissional, mas também uma verdadeira educadora para a vida. Sob sua orientação, aprendi lições que vão além do ambiente de trabalho. Dona Maria Alice foi, sem dúvida, uma divisora de águas em minha vida. Seu exemplo e ensinamentos são um legado que levo comigo com orgulho e gratidão.
Marcela Tessarolo, ex-analista de Comunicação Externa
Atuei 13 anos na Rede Gazeta. Desses, quase 11 foi com Maria Alice Lindenberg como líder. Nunca a vi levantar a voz. Justa e conciliadora, praticava o diálogo em todas as situações. Era elegante no sentido mais pleno da palavra. Proporcionava para a equipe cursos e experiências para ampliar nosso aprendizado e trazer benefícios para a comunidade. Ajudou a formar uma geração de novos gestores de comunicação. Aliás, defendia a equipe sempre. Depois, no privado, chamava pra conversar e você saía da sala sem saber se foi elogiada ou chamada atenção, tamanho cuidado com o outro. Era coach antes disso virar moda. Fazia feedback sanduíche, técnica de iniciar e finalizar uma conversa difícil com algo positivo sobre a pessoa para sempre motivar. Isso antes da técnica ser alardeada em cursos de gestão. Sabia que um bom ambiente de trabalho é primordial para um bom desempenho. Promovia almoços para a equipe em sua casa ou em restaurantes badalados para termos momentos sociais juntos, só nossos. Momentos de integração e muitas risadas. Nessas ocasiões, revelava uma Alice muito espirituosa, sagaz e divertida. Trabalhava pela comunicação integrada em época em que muitas empresas ainda dividiam comunicação interna, externa e marketing em caixinhas rígidas e sem entrosamento. Junto com ela, a equipe ganhou muitos prêmios, fruto de trabalho, aprendizado e entrosamento. Ela fez sua passagem dessa vida em corpo e deixa um legado gigante, que a torna eterna em suas entregas e materializações.
Monicky Koscky, ex-analista de Comunicação Interna
Maria Alice Lindenberg foi uma das mulheres mais elegantes que já conheci – uma elegância que ia além da aparência, abrangendo sua vida, respeito, educação e generosidade. Ela estava sempre à frente de seu tempo, abrindo caminhos para todos nós que viemos depois e me ensinando muito mais do que apenas jornalismo. Sua porta e sua casa estavam sempre abertas para nós, da Comunicação. Trabalhamos juntas por quase 10 anos, e foram os melhores anos da minha vida profissional. Ela não foi apenas uma chefe, mas uma amiga em quem eu podia confiar em qualquer situação.
André Hees, jornalista e ex-editor-chefe de A Gazeta
Quando comecei a trabalhar na Gazeta, em 1992, D. Maria Alice era a diretora de relações institucionais e tinha contato frequente com a redação, devido às matérias da casa, relacionadas principalmente a educação, cultura e projetos sociais. Ela era extremamente elegante, cordial, tom de voz baixo, sempre sorrindo e sempre firme em seus propósitos. Exercia a liderança com um jeito doce. Sob seu comando, a comunicação interna cresceu muito e virou referência, ganhando prêmios. Durante muitos anos ela foi a representação institucional da Rede Gazeta, encarnando valores como ética, independência, transparência e responsabilidade social. Deixa um legado importante para a Gazeta e para o Espírito Santo. Meus sentimentos aos familiares e amigos.
Betty Feliz - jornalista, ex-editora do Caderno 2
Tive o grande prazer de ter Maria Alice como repórter do Caderno Dois quando o editava, nos anos 1980. Profissional corretíssima, elegante, competente e muito crítica, ela tinha o sorriso da Monalisa. Enigmático.
Para Maria Alice talvez tenha sido apenas um estágio, antes de assumir os cargos que marcaram sua bela trajetória em A Gazeta. Pra mim, foi uma honra e um aprendizado de inestimável valor.
Cláudia Feliz - ex-repórter de Cidades, de A Gazeta
Na redação de A Gazeta, eu e meus colegas vivemos a inusitada experiência de termos Maria Alice, nossa “patroa”, como colega de trabalho. Ela, repórter do Caderno Dois, eu, da Editoria de Cidades. Gentil, sensível e muito competente, Maria Alice fez a diferença por onde passou. Discretíssima, culta, orgulhosa dos filhos e dos netos. A redação foi seu primeiro “estágio”, antes da comunicação institucional, que liderou depois, com muita competência, fazendo escola. Deixa muita saudade.
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