Após publicação desta matéria, o marido de Mara Núbia Borges, em contato com a reportagem, disse que a esposa foi novamente internada porque desmaiou ao receber notícias da filha. O texto foi atualizado. Às 16h30 desta sexta-feira (23) a morte da criança foi confirmada. Veja mais
A mulher de 36 anos atropelada enquanto atravessava a faixa de pedestres com a filha no colo na avenida Carlos Lindenberg, na Glória, em Vila Velha, nesta quarta-feira (21) recebeu alta médica. No entanto, ao ter notícias da filha Laura Beatriz, de 5 anos, que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Mara Núbia Borges foi novamente levada ao Hospital de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, e internada. Ela se recupera dos ferimentos causados pelo impacto do atropelamento.
Logo após sair do centro médico, ela seguiu junto ao marido, Heidson Fantoni, para o Hospital Infantil, na Capital, onde Laura Beatriz, de cinco anos, está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Segundo apuração do repórter Vinicius Colini, da TV Gazeta, os dois chegaram no hospital aos prantos. Mara está enfaixada e ainda precisará passar por três cirurgias. O marido dela explicou depois que, após a alta, a esposa foi novamente internada.
Laura Beatriz segue intubada, mas começou a ser retirado a sedação na tarde desta quinta-feira para identificar se há reflexos. A pequena foi a mais afetada no acidente, pois o impacto foi todo na cabeça e foi constatado traumatismo craniano.
Mãe e filha foram atropeladas enquanto atravessavam na faixa de pedestres em frente ao Pronto Atendimento (PA) da Glória, em Vila Velha, na noite de quarta-feira (21). Testemunhas e imagem de videomonitoramento flagraram o motorista, que estava em um carro preto, furando o sinal vermelho e atingindo as duas, que foram arremessadas a cerca de 20 metros. A menina, de 5 anos, estava no colo da mulher. O condutor do veículo deixou o local sem prestar socorro.
Heidson Fantoni, pai da criança, conversou com a repórter Tarciane Vasconcelos, da TV Gazeta, e contou que a filha estava passando mal e, por isso, foi levada ao PA. Após o fim do atendimento, ele foi buscar as duas e estacionou o carro em uma rua transversal. A esposa dele e a menina estavam indo encontrá-lo quando foram atingidas.
"Só escutei o barulho. Saí correndo e, quando olhei, era minha esposa. Fiquei sem reação, não consegui ir atrás do carro, nada. As testemunhas falaram que ele estava em alta velocidade. Minha filha é autista e tem distúrbio mental, ela está desacordada, não está se mexendo, está intubada em estado grave, não sei se vai viver, e minha esposa não mexe as duas pernas", relatou o pai.
No momento do atropelamento, várias pessoas estavam na rua e ficaram indignadas pelo motorista não ter prestado socorro. Em vídeos que circularam pelas redes sociais, as testemunhas também disseram que foram pedir ajuda no PA, mas foram orientadas a ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/ 192).
Conforme a Polícia Militar, por meio da placa do carro foi possível identificar o proprietário do veículo. "Cerca de uma hora e vinte depois, ele compareceu à Delegacia Regional, onde realizou o teste do bafômetro, que não apontou consumo de álcool. Porém, o condutor não apresentou o veículo e disse que ele já se encontrava em uma oficina. Diante dos fatos, o motorista foi apresentado à autoridade da Polícia Civil, para devidas providências", detalhou a corporação.
O motorista, identificado como Wenderson Fagundes Melo, 20 anos, compareceu à Delegacia Regional de Vila Velha, uma hora e vinte após o acidente, foi autuado por lesão corporal culposa, pagou uma fiança e foi liberado. A Polícia Civil não informou o valor da fiança.
A Gazeta também questionou a Prefeitura de Vila Velha sobre o relato das testemunhas, de os profissionais do PA da Glória não terem socorrido as vítimas em frente à unidade. Confira, na íntegra, a nota enviada pela administração municipal:
"A Secretaria de Saúde da PMVV informa que as vítimas receberam os primeiros atendimentos no local do acidente. A criança foi conduzida imediatamente para dentro da unidade para continuar os atendimentos. Já a mulher, por apresentar fraturas expostas, precisou esperar a equipe do SAMU chegar. No entanto, um médico do Pronto Atendimento deu toda assistência e permaneceu ao lado dela. Pelo estado de saúde das vítimas, após o primeiro atendimento elas foram transferidas para hospitais da Grande Vitória."
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