“Para ela, tudo poderia (ser) vida”. Essa era uma das inúmeras qualidades de Íris Rocha, descritas pela mãe da enfermeira, Márcia Rocha, em mensagem emocionante escrita por ela. Em dezessete linhas, a jornalista aposentada relatou como a filha tinha como premissa ajudar ao próximo e se doar ao máximo em tudo que fazia.
As descrições foram feitas nesta sexta-feira (19), na conversa que Márcia teve com o repórter Diony Silva, da TV Gazeta. Enquanto era entrevistava, ela escrevia tudo o que definia a filha, como forma de não esquecer de nenhum detalhe Íris.
O relato aconteceu também um dia após o Cleilton Santana, de 27 anos, ex-namorado e suspeito de matá-la, ser preso. O corpo da enfermeira foi encontrado na última quinta-feira (11) em uma estrada de Alfredo Chaves coberta por cal - material usado em construção civil.
“Menina de fé, sempre frequentava a igreja e participava de projetos no local, como contar histórias bíblicas para as crianças. Ela fazia com tanta satisfação, preparava as ilustrações e objetos à mão para dar mais dinâmica ao momento”, contou Márcia.
Além de realizar as atividades com prazer, a mãe definiu a enfermeira como uma pessoa dedicada, uma adjetivo que perpetuava todas as áreas da vida de Íris.
O cuidado com o próximo reverberou nos estudos de Íris, que após se formar na faculdade de enfermagem, se dedicou a especialização na área da saúde ao entrar no mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ela também era coordenadora do estudo CV-Genes, onde se busca entender o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica na população brasileira.
Emocionada, Márcia ainda descreveu a filha como uma pessoa sempre simpática, divertida,humilde, inteligente, trabalhadora, muito meiga e alegre no dia a dia.
A enfermeira foi assassinada na última quinta-feira (11) estando grávida de oito meses e já tinha um filho de oito anos. O bebê estava planejado para nascer no dia 20 de fevereiro, segundo familiares. A Polícia Civil (PC) informou em coletiva, nesta quinta-feira (18), que ainda não se sabe o dia no qual ela foi morta, mas os próximos passos da investigação vão apontar.
O principal suspeito é o ex-namorado Cleilton Santana, de 27 anos, que é vigilante de supermercado, com quem ela teve um relacionamento de cinco meses. O fim do namorado aconteceu em outubro, mesmo período no qual Íris fez um Boletim de Ocorrência devido uma agressão feita pelo então companheiro. No documento é registrado o pedido de medida protetiva, que não foi tramitado, de acordo com a corporação policial.
O relacionamento dos dois foi descrito aos investigadores como abusivo, pois Cleilton controlava a vida da enfermeira. O vigilante de supermercado respondia as mensagens enviadas a Íris, definia o que ela ia vestir e esperava ela sair do trabalho todos os dias.
Enquanto estavam juntos ele também mentia para a mestranda. No Boletim ela informou que ele era Polícia Militar, profissão que ele dizia seguir, mas conforme a PC, ele não passou em nenhum concurso da polícia.
O delegado-geral da PC, José Darcy Arruda, disse que ele pode responder por feminícidio, ocultação de cadáver e aborto.
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