O sofrimento da família de Amanda Marques ganhou mais um capítulo nesta semana: o homem condenado pelo crime foi solto após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a mãe da vítima, Renata Aparecida Marques, não se conforma com a liberdade de Wagner Nunes de Paulo — condutor do veículo que atingiu a jovem em abril de 2021, na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha.
Em entrevista à TV Gazeta, ela contou que desde a morte da filha vive à base de remédios e se mudou da casa onde morava com Amanda para amenizar a saudade. "Vivo com remédios para dormir, para tudo, para tentar viver um pouco porque é difícil a saudade, a tristeza, a impunidade do Brasil com a gente. Revoltada. Muito revoltada. É inacreditável", afirmou.
A decisão do STJ de soltar Wagner é do dia 8 de agosto, mas a família da jovem só soube da soltura do acusado recentemente.
A mãe de Amanda também afirma que espera pela condenação do motorista.
"Tem que ser condenado. Eles deveriam amenizar a dor de uma mãe. A mãe já sofre. Eu já sofro com a dor da perda. Ele me arrancou, ele já me tirou tudo que eu tinha na minha vida. Me deu isso aqui, esse presente (disse mostrando a certidão de óbito da filha). Isso dói, dói muito. Muito mesmo. Eles deveriam ver o sofrimento da gente", disse Renata.
Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para Wagner Nunes de Paulo — condutor do veículo que atingiu e matou Amanda Marques em 17 de abril de 2021. A decisão saiu no dia 8 de agosto e, desde então, ele está em liberdade.
Wagner estava preso preventivamente desde o acidente. Ele conduzia um Toyota Corolla na Rodovia Darly Santos, quando atingiu a moto em que estava Amanda e o namorado dela à época, Matheus José da Silva.
A decisão do STJ definiu uma série de medidas cautelares que deverá ser seguida por Wagner, como proibição de frequentar bares e restaurantes. A habilitação para dirigir veículos também está suspensa.
Para Fábio Marçal, advogado da família de Amanda, as medidas cautelares determinadas pelo STJ não são suficientes.
"Houve relatos de ameaças no dia, interferência de algumas autoridades, e isso pode influenciar numa futura convocação das testemunhas, que podem se sentir constrangidas, ameaçadas e atrapalhar o curso natural do processo", disse o advogado.
David Metzker, advogado de defesa de Wagner, afirmou que, em março, o cliente já havia tido o habeas corpus negado pelo próprio STJ, mas que conseguiram reverter a decisão.
"Foi exatamente o que foi pedido em habeas corpus. A defesa entende que se trata de um resultado adequado para o momento e técnico, visto que a prisão não pode ser uma antecipação de pena", ressaltou o advogado.
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