Com o avanço da pandemia, o coronavírus continua causando mortes e destruindo famílias. No Espírito Santo, um caso chama a atenção pelo impacto da doença de forma rápida em um mesmo núcleo familiar. Na cidade de Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo, mãe e filha morreram em decorrência da Covid-19 em um intervalo de 24 horas.
Ida Panciere Marré, de 73 anos, e a filha Marcia Panciere Marré, de 32 anos, começaram a sentir os sintomas da doença há cerca de 15 dias. Segundo o irmão de Ida e tio de Márcia, Carlos Panciere, a doença acometeu as duas quase que simultaneamente. A pedido da família, que passa por intenso sofrimento, não iremos publicar foto de mãe e filha.
“Há uns 15 dias, elas começaram a sentir. A minha irmã fez o teste e deu positivo. O médico passou os remédios, ela tomou em casa. Mas aí ela ficou fraquinha, e aí o médico internou. A minha sobrinha também começou a sentir os sintomas e pediu para ser internada. Ela pediu ao médico para ser internada porque não estava se sentindo bem, estava fraca. E aí internou”, disse.
No início, as notícias eram de que Ida estava bem, conversando. Até que, na última quinta-feira (18), o quadro dela piorou. Precisou ser intubada e transferida para São Mateus, onde foi internada na UPA. Após uma parada cardíaca no domingo (21), recuperada pelos médicos, ela não resistiu a um segundo ataque e faleceu na segunda-feira (22).
Na tarde em que a mãe morreu, Márcia também precisou ser transferida para São Mateus, já intubada e também com estado de saúde delicado. Nesta terça (23), menos de 24 horas após a morte da mãe, ela também não resistiu.
“Na segunda-feira à tarde, quando a minha irmã tinha acabado de falecer, a minha sobrinha que estava internada em Nova Venécia foi transferida para São Mateus, já intubada. Sem saber da morte da mãe. Quando foi nesta terça-feira à tarde, ela também faleceu. Ou seja, a filha morreu sem saber que a mãe morreu”, lamentou o tio.
Ainda sem ter uma dimensão da dor, Carlos afirma não acreditar no que a família está passando. Segundo ele, a irmã morava em uma área rural da cidade e mantinha todos os cuidados contra a doença. A sobrinha também adotava todos os protocolos para evitar a transmissão do vírus.
“Até agora, eu não acredito que aconteceu isso na minha família. Porque a gente sempre via acontecendo com as outras, mas pedia a Deus para isso não acontecer na nossa casa. Pra mim, tá sendo um filme de terror, porque duas pessoas da mesma família em menos de 24 horas, é difícil. Com todos os cuidados que a gente vem tomando, acontecer isso. É complicado”, desabafou.
Dona Ida foi sepultada às 11h desta terça-feira (23) no cemitério de Chapadinha, zona rural de Nova Venécia, onde morava. Já a filha Márcia foi enterrada no mesmo horário, no mesmo local, mas nesta quarta-feira (24), exatamente um dia depois.
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