Desde a volta às aulas, no início de fevereiro, escolas públicas da rede estadual em todo o Espírito Santo e das redes municipais do registram 6.123 casos de estudantes e profissionais da educação afastados em algum momento por Covid-19, segundo levantamento feito pela reportagem de A Gazeta junto à Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
Foram registrados 2.072 casos na rede estadual, e 4.051 casos nas redes municipais, sendo 521 na Grande Vitória.
Especialistas em saúde avaliam que as contaminações já eram esperadas, mas pontuam que a situação está sob controle, não havendo motivo para alarde. Isso porque o total de casos ainda representa uma baixa parcela do público escolar e é proporcional aos casos do coronavírus no Estado, que vem apresentando queda nas últimas semanas.
Eles observam que o atual momento de enfrentamento à pandemia no Estado, que vive um cenário de vacinação diferente do que acontecia em 2020, não exige, por exemplo, o fechamento de escolas, mas a convivência com o vírus. Para isso, a manutenção dos protocolos sanitários e adesão à vacinação é fundamental.
Em fevereiro, o governo do Estado divulgou um protocolo que afasta somente o aluno contaminado com Covid-19 e mantém sua turma presencial.
As medidas para enfrentamento e convivência com o vírus estão dispostas na Nota Técnica nº 02/2022, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que traz orientações quanto à vacinação, testagem e isolamento de casos suspeitos de coronavírus e gripe.
Uma das ações estima a realização de "triagem ativa de assintomáticos de forma obrigatória": todos os estudantes e trabalhadores da educação devem passar por uma vistoria diariamente para verificar a presença de algum sinal ou sintoma de infecção, e qualquer aluno ou trabalhador com sintomas ou suspeita de gripe ou Covid deve ser imediatamente afastado, para cumprir isolamento e realizar testagem.
Para o infectologista Carlos Urbano, este já é um indício do chamado “novo normal”, que exige a convivência com o vírus enquanto as atividades são mantidas de forma tão natural quanto possível.
“Continuam acontecendo casos de Covid em parques, em festas, em todos os lugares. Nas escolas não será diferente. Não tem porque manter escolas fechadas, as escolas têm que exigir a manutenção dos protocolos sanitários, mas é uma situação com a qual é preciso tentar se acostumar, ainda mais agora que os professores estão vacinados, as crianças acima de cinco anos estão podendo ser vacinadas.”
O ponto é reforçado pela infectologista Rúbia Miossi, segundo a qual os números registrados nas escolas são consequência da epidemiologia da Covid na população geral.
“Ou seja, durante a curva de aumento de casos, com certeza escolas, empresas, e outros setores seriam impactados igualmente pois a dinâmica de circulação das pessoas inclui esses locais. Então isso não é nenhuma surpresa. Devido a essa dinâmica, será exatamente assim o manejo dos casos nas escolas. Adoeceu, afasta. Melhorou, retorna. Sem precisarmos suspender atividades.”
O infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Paulo Peçanha observa que os protocolos de segurança já são bem conhecidos, e incluem o distanciamento, uso de máscaras e reforço da higiene.
Mas, por tratar-se de um vírus de alto poder de contaminação, principalmente no momento em que a variante Ômicron está disseminada, ele pondera que é preciso tomar todos os cuidados possíveis.
"Manter as escolas abertas e funcionando é muito importante para as famílias, para os alunos, e tomando esses cuidados, mantendo os protocolos, fazendo adesão à vacina, afastando os infectados, a gente consegue manter certo nível de controle."
Dados da plataforma Escola Segura, alimentada pelas próprias unidades de ensino e que foram repassados pela Sedu, apontam para o afastamento de 1.417 estudantes da rede pública estadual devido ao coronavírus.
Além destes, 484 professores e 171 servidores da educação também foram afastados por conta da doença.
Segundo dados enviados pela Sesa, foram registrados 4.051 casos de Covid-19 nas escolas das redes municipais.
Deste total, 521 afastamentos ocorreram na Grande Vitória, conforme as prefeituras.
A Secretaria de Educação (Seme) da Capital informou que desde 7 de fevereiro, foram registrados 82 casos confirmados de Covid entre professores, o que representa 1,8% dos profissionais do magistério. Além disso, 51 (1,5%) profissionais que atuam nas unidades de ensino, fora das salas de aula, foram afastados.
Já entre as crianças e estudantes, foram registrados 66 casos positivos para Covid-19, o que significa 0,1% do total de matriculados, segundo a pasta.
Desde o início do ano letivo, foram registrados 49 alunos e profissionais (servidores e terceirizados) afastados nas 109 escolas da rede municipal.
A Secretaria de Educação (Seme) informou que 66 servidores (entre professores, diretores, coordenadores, pedagogos, porteiros, auxiliares e cuidadores) e 33 alunos positivaram para Covid-19 entre os dias 8 de fevereiro e 5 de março e precisaram se afastar temporariamente do ambiente escolar.
A Secretaria de Educação informou que em um universo de quase 6.800 servidores e mais de 68 mil estudantes, 174 testaram positivo para Covid-19 após a volta às aulas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta