Diferente do que pode parecer inicialmente, 84.391 pessoas não foram testadas durante o Inquérito Sorológico realizado no Espírito Santo para detecção do percentual da contaminação pela Covid-19. A metodologia utilizada para resultar neste número foi explicada em coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (18) com o Secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, e leva em consideração dois conceitos: o da "prevalência da doença" e o da "extensão do acometimento".
De acordo com a médica infectologista Cristiana Costa Gomes, coordenadora do projeto do Inquérito Sorológico, a prevalência da doença responde questionamentos como: qual o percentual de pessoas que já teve contato com o vírus; a velocidade da transmissão, a partir da comparação entre os resultados das 4 etapas, realizadas a cada 15 dias; e o percentual de pessoas assintomáticas ou com sintomas leves.
Já a extensão do acometimento, segundo Gomes, tem como objetivo o de conhecer até onde vai o vírus no território capixaba. "No estudo de extensão, a gente queria, além de ter as respostas da prevalência, que ajudam a entender melhor a epidemia e quais políticas devem ser implementadas, ver até onde o vírus está chegando no interior. Neste estudo, observamos 16 municípios menores, que se alternam, sendo que 8 destes municípios são analisados na primeira e na terceira etapa do inquérito e os demais 8 são observados na segunda e quarta etapas. Assim chegamos em como o vírus está se espalhando pelo Estado", explicou.
Com ambos os conceitos em mente, segundo o secretário da Saúde, foram realizados 4.612 testes no estudo de prevalência e, também, foram realizados 1.163 testes para identificar a extensão do acometimento da doença nesta primeira fase do Inquérito Sorológico, totalizando 5.775 pessoas consideradas para a abordagem.
Deste total, o resultado foi que, no estudo de prevalência, 97 residentes em solo capixaba foram testados positivo, representando uma prevalência de 2,1% da população do Estado. No estudo de extensão, três cidadãos foram testados positivo, representando 0,3%.
Para deixar claro o cálculo realizado, de acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), utilizou-se os 2,1% obtidos da prevalência de casos positivos nesta primeira etapa, das quatro fases a serem realizadas, do inquérito sorológico. Ao multiplicar esse número pela população do Estado, que é de 4.018.650 habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2019, e dividindo por 100, chega-se à estimativa de 84.391 habitantes, alcançada então pela projeção estatística apresentada pelas autoridades estaduais.
Além das pessoas consideradas como amostragem para a estimativa, testaram positivo, em estudo de prevalência, 417 "contatos", que são pessoas próximas às consideradas pelo sorteio, mas que não entraram na contabilidade da mostra científica. No caso do estudo de extensão, foram 26 "contatos" que testaram positivo. Além destes, 452 pesquisadores também foram testados. Assim, no total, a primeira etapa realizou 6.670 testes no Espírito Santo.
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