Mais um flagrante de onça-pintada foi feito em Mimoso do Sul, no Sul do Estado. O fato aconteceu no mesmo lugar em que outro registro do felino foi feito no município neste ano, na localidade de Alto Pratinha.
A imagem do animal foi capturada por uma câmera no dia 9 de março, na propriedade rural do pai do empresário Lucas Pereira Lopes. O local fica a 12 quilômetros da sede e faz divisa com o Monumento Serra das Torres (Monast), unidade ambiental que abrange partes dos municípios de Atílio Vivácqua, Muqui e Mimoso do Sul. A reserva é administrada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Segundo a coordenadora do Projeto Felinos e Professora Titular na Universidade Vila Velha, Ana Carolina Srbek de Araujo – que é especialista no assunto e viu as imagens da onça do dia 9 de março – trata-se do mesmo animal flagrado pela câmera da propriedade na outra ocasião.
Ana explicou que desde a década de 1990 não havia registro do animal na região. "A onça-pintada ocorria em todo o estado originalmente, ela estava presente em toda a Mata Atlântica. O estado original é a presença dela. A ausência foi consequência das alterações causadas pelo homem (desmatamento, caça, etc.)", comentou.
Após ver pegadas de uma possível onça na propriedade rural do pai, no interior de Mimoso do Sul, Lucas Pereira Lopes resolveu instalar uma câmera para flagrar o felino. A expectativa dele era ver uma onça-parda, como vista recentemente em Atílio Vivácqua, mas acabou capturando a imagem de uma "prima".
O flagrante, de acordo com Lucas, foi feito no dia 27 de fevereiro. “Vi as pegadas próximo de uma mata e resolvi colocar a câmera. Nunca imaginei que pudesse flagra uma onça-pintada aqui, cheguei a tremer quando vi”, contou Lucas.
Um biólogo que presta serviços ao Mosnast, Rafael dos Santos, esteve no local para averiguar a veracidade das imagens e comunicou aos órgãos ambientais. Segundo informações do profissional, o último registro na região Sul do Estado aconteceu em 1996, no Parque Estadual do Forno Grande.
Nos últimos meses, uma onça-parda foi vista pelas armadilhas fotográficas colocadas pelo Monast em Atílio Vivácqua. Na época, moradores do entorno que viram pegadas nas imediações das propriedades foram orientados sobre ações para manter o felino longe das casas.
Na semana passada, servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estiveram na região para "obter mais informações sobre a onça-pintada e prestar esclarecimentos às comunidades a fim de promover a conservação do animal, que é criticamente ameaçado de extinção no Espírito Santo. Além de apurar indícios da chegada de javalis na região", confirme informaram em nota.
Nesta quinta-feira (16), havia uma reunião programada, mas por devido à chuva que caiu na quarta-feira (15) no município e comprometeu a estrada, ela foi adiada para o fim do mês.
A reunião vai ter a presença de especialistas em meio ambiente e conservação da fauna, que darão informações sobre a ecologia e o comportamento das onças. A ideia é discutir, junto da comunidade, como garantir a segurança da população e do meio ambiente, do animal.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e os parceiros locais (prefeituras, IDAF e comunidades) realizarão acompanhamento de novos registros e manterão o Ibama informado.
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