O número de cidades com aulas suspensas e restrições no horário de funcionamento do comércio pode aumentar nos próximos dias. O governo estadual analisa a possibilidade de tratar a Grande Vitória como um único município, adotando, por exemplo, medidas de contenção da transmissão do coronavírus para todas as cinco cidades. No mapa atual, divulgado na última sexta-feira (12), Vila Velha e Serra estão em risco alto para o contágio de Covid-19. Se a nova metodologia for colocada em vigor, Viana, Vitória e Cariacica, em risco moderado, também teriam que adotar as restrições necessárias às que estão no risco alto.
Segundo o secretário de Governo, Gilson Daniel, a forma como o modelo metropolitano vai funcionar ainda vai ser definida pelo governador Renato Casagrande, que deve se reunir nos próximos dias com entidades do comércio no Estado e prefeitos da Grande Vitória para debater a ideia. A proposta é que se duas cidades da região estiverem em risco alto, municípios próximos também passem a contar com a mesma classificação.
"Estamos tratando, agora, da Grande Vitória, mas pode valer para outras regiões onde a dinâmica das cidades é integrada. Onde muitas pessoas moram em uma cidade e trabalham na outra, o que amplia também a circulação do vírus. Essa é uma medida que está sendo avaliada porque a possibilidade de chegarmos ao risco extremo, com 90% dos leitos de UTI ocupados, é real. Tivemos um crescimento de internações muito grande nas últimas semanas", afirma.
Neste caso, se as restrições passarem a ser impostas de maneira integrada, Vitória, Viana e Cariacica, por exemplo, teriam que suspender aulas presenciais nas escolas, restringir o horário de funcionamento do comércio, proibir eventos e fechar espaços de lazer – ações previstas na classificação de risco alto.
A proposta começou a ser estudada pelo Centro de Comando e Controle do governo estadual antes de Vila Velha e Serra entrarem no risco alto. Essa metodologia de análise, a conurbação – ou seja, várias cidades atuando como uma só – já tinha sido considerada em outros momentos da pandemia.
O diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, contou, em entrevista à Rádio CBN Vitória, neste sábado (13), que a medida está sendo considerada de maneira prudente e será adotada em consonância com os prefeitos da Grande Vitória.
"O trânsito entre essas cidades é intenso e precisamos considerar que a Grande Vitória concentra 48% da população do Estado. A gente observa outros municípios-polo, como Cachoeiro de Itapemirim, que está com risco alto de contágio e também tem essa característica de receber pessoas das cidades vizinhas. Neste caso, optamos por conversar com os prefeitos dessas cidades do entorno e pedir que sejam ainda mais cuidadosos", afirmou.
De acordo com a Secretaria de Governo, além do aumento no número de internações, os pacientes infectados têm necessitado ficar mais dias nos leitos, o que faz a taxa de ocupação crescer ainda mais. Se o Estado ficar acima de 90% dos leitos ocupados, entra a classificação de "risco extremo", no qual é adotado – entre outras medidas – o lockdown, em que somente os serviços essenciais poderão ficar abertos e em horário reduzido.
Neste sábado, Casagrande conversou com os prefeitos de 60 cidades capixabas, de forma virtual, e com representantes do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) sobre as mudanças do novo mapa de risco. No encontro, foram tiradas dúvidas de alguns prefeitos, muitos deles em primeiro mandato, sobre o funcionamento das restrições. O Ministério Público também se comprometeu a atuar para fiscalizar se as restrições de cada classificação vão ser cumpridas.
Atualmente, 17 cidades do Espírito Santo estão em risco alto de contágio pela Covid-19, enquanto 61 estão em risco moderado. Não há mais, no Estado, cidades com risco baixo.
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