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Material misterioso em praia do ES não tem relação com vazamento, diz Iema

Material misterioso em praia do ES não tem relação com vazamento, diz Iema

Resíduos foram encontradas na areia da praia de Barra Nova; material foi coletado e levado para análise

Publicado em 24 de outubro de 2024 às 19:06

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material desconhecido que apareceu na areia da praia de Barra Nova, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, não tem relação com a emulsão de óleo que vazou de um poço no Campo Inhambu, na comunidade de Palmitinho, no mesmo município, na última quarta-feira (16). Foi o que afirmou o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) em nota enviada à reportagem da TV Gazeta nesta quinta-feira (24). 

Segundo o instituto, avaliações preliminares indicam que o material encontrado na praia de Barra Nova tenha chegado pelo mar, "embora a causa e o material ainda não tenham sido identificados", acrescentou. Amostras do material foram recolhidas pela Secretaria de Meio Ambiente de São Mateus para análise. De acordo com a prefeitura do município, os resultados podem ser concluídos de 7 a 20 dias.

Prefeitura de São Mateus foi acionada para verificar material nesta quarta (23)
Prefeitura de São Mateus foi acionada para verificar material nesta quarta (23). (Reprodução/Redes Sociais)

Segundo a administração municipal, o resíduo misterioso foi visto pela primeira vez na praia de Barra Nova na semana passada por pescadores. A prefeitura foi acionada na quarta-feira (23) para verificar o caso. A recomendação do secretário de Meio Ambiente de São Mateus, Ricardo Louzada, é não ter contato com a substância até que se descubra a natureza dela.

“O material está indo para laboratório (localizado na Serra) hoje e a partir dos resultados obtidos, vamos ter uma posição melhor do que vai ser feito. Pode ser por causas naturais, por questão de algas ou algo assim, ou pode ser um lançamento irregular que chega aqui. Recomendamos as pessoas a evitarem esses locais onde estão esse material, porque ainda não sabemos o que é nesse momento”, disse.

A preocupação, segundo o secretário, é que o meio ambiente e atividades econômicas sejam impactados. “Nos preocupamos com a perda de habitat natural, a perda de peixes e caranguejos e a perda de balneabilidade, pois afetaria diretamente o turismo”, afirmou Louzada.

Está sendo feito um mapeamento, com uso de quadriciclo e drone, para saber a extensão da área onde chegou o material.

Vazamento de emulsão de óleo na cidade

Na última quarta-feira (16), um poço perfurado recentemente no Campo Inhambu, em São Mateus, teve um vazamento de uma emulsão de óleo e também perda de vapor. Um vídeo (veja acima) mostra a extensão da área por onde o material se espalhou. A empresa Seacrest Petróleo é responsável pela operação no local.

Segundo a companhia do ramo petrolífero, o poço ainda não estava produzindo óleo no momento do incidente. Foi adotado imediatamente um plano de resposta à emergências, a fonte da perda de vapor foi controlada e o poço paralisado. Não houve feridos. A empresa informou às autoridades competentes sobre o ocorrido.

Na última segunda-feira (21), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) iniciou uma vistoria no local. Segundo o órgão, cerca de 28 mil litros de mistura oleosa com água tiveram contato com o solo e vegetação após o vazamento, sendo considerado um volume "significativo". A quantidade do derramamento foi confirmada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).

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É uma quantidade significativa. Pode haver uma grande contaminação, principalmente na parte do solo e contaminando toda a região. Indiretamente, pode ter contaminação de fauna, uma fauna que faz transição, já que existe um corredor ecológico, e também, diretamente, de flora com escoamento e absorção pelas plantas. Pode ocorrer um impacto ambiental muito grande

Bismark Zuliani Pavezi
Agrônomo
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Foi constatado pelo Crea-ES que houve falhas mecânicas e técnicas no local. O Crea-ES informou estar apurando o que motivou o acidente e afirma que enviou engenheiros ambientais, de petróleo e gás, de segurança do trabalho, mecânicos, eletricistas, agrônomos e também geólogos para fazer os levantamentos das informações necessárias e também contribuir com o restabelecimento da área afetada.

Ainda conforme a entidade, a empresa responsável pela perfuração – cujo nome não foi informado – não possui registro no Conselho, o que deve resultar em autuação e multa – os valores não foram informados.

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