A única maternidade em Mimoso do Sul, que funcionava no Hospital Apóstolo Pedro, fechou. Com isso, há cerca de duas semanas, as gestantes do município estão tendo que ir até o Hospital Materno Infantil Francisco de Assis (Hifa), em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, para serem atendidas. Os dois locais distam cerca de 50 km.
A notícia do fim das atividades do setor desagradou, pelo menos, parte da população, que entrou em contato com A Gazeta. “Uma coisa horrível está acontecendo. O hospital fechou a maternidade e agora as gestantes terão que ir para Cachoeiro”, reclamou a moradora Eva Batista Cuti de Souza.
Secretário Municipal de Saúde, Eliedson Vicente Morini explicou que manter a maternidade do hospital se tornou inviável para o porte da instituição que tinha, em média, 16 partos por mês. Ele disse que os custos eram altos, uma vez que era preciso manter dois obstetras 24 horas por dia, além de um pediatra e um anestesista.
O Hospital Apóstolo Pedro é uma instituição sem fins lucrativos e tem as despesas custeadas por serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e por meio de contratualização com a Prefeitura de Mimoso do Sul. Mensalmente, segundo Morini, R$ 242 mil são repassados pelo município à unidade.
Outra reclamação dos moradores nos últimos dias é a lotação do pronto-socorro Hospital Apóstolo Pedro. Nessa terça-feira (28), a avó de Victoria Dalbom chegou a desmaiar durante a espera de atendimento no local. “Minha tia estava acompanhando ela, pois havia comido algo que provocou uma alergia. Elas ficaram aguardando das 6h às 14h, e minha avó só foi atendida após desmaiar”, contou.
Para o secretário Eliedson Vicente Morini, o aumento da demanda está ligado à recente enchente no município. “Muitos moradores tiveram contato com a água e estão com problemas de saúde. Além disso, outros ainda estão debilitados com problemas após a Covid-19. Os atendimentos dobraram e isso também refletiu nos postos de saúde", explicou.
Outro ponto destacado pelo gestor é a procura da população por atendimentos no pronto-socorro em casos que poderiam ser resolvidos nos postos de saúde. “Temos tentado conscientizar a população para buscar o hospital em casos em urgência e emergência. Nos demais, há 11 postos de saúde nos quais é possível buscar ajuda”, disse.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) foi procurada para falar sobre o hospital e convênios firmados com ele. A reportagem de A Gazeta também demandou o Hospital Apóstolo Pedro. Assim que qualquer retorno for dado, este texto será atualizado.
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