Já são quase cinco meses de pandemia do novo coronavírus com distanciamento social, uso de máscara, mudanças na rotina período em que muita gente tem enfrentado também dificuldades para dormir. Uma pesquisa do Sindicato dos Trabalhadores das Drogarias do Espírito Santo constatou que houve um aumento de 20% a 30% na venda de medicamentos contra ansiedade, insônia e depressão nos últimos meses. Enquanto isso, um levantamento do Google, feito de abril a maio deste ano, mostrou também que a palavra "insônia" foi a mais procurada na plataforma. Seu sono também desapareceu? Especialista explica o que fazer.
De acordo com a diretora da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo, Letícia Mameri, as pessoas já estavam em um ritmo de adoecimento mental acelerado antes do surgimento da Covid-19. Com o avanço da pandemia, isso cresceu de forma exponencial. "Hoje temos o que chamamos na Associação Brasileira de Psiquiatria de quarta onda de Cpvid, que é o adoecimento mental. A Covid tende a passar e a quarta onda tende a continuar", afirmou a médica em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta.
Se você está no grupo dos que têm enfrentado dificuldade na hora de dormir a dica número um da médica é não tomar o remédio de amigos ou parentes. Segundo Letícia, nem sempre a insônia precisa ser tratada com medicamento. Muitas vezes uma adequação na rotina pode proporcionar noites de sono mais tranquilas.
"A insônia tem várias causas possíveis e a primeira coisa que temos que fazer é a higiene do sono. Isso não envolve medicação. É você respeitar o horário de dormir, evitar tela (televisão, celular, computador e tablet), evitar luz azul. Toda essa higiene do sono é orientada pelo psiquiatra e, se for necessário, vai ser prescrita a medicação, não necessariamente para insônia. Muitas vezes o que está causando aquela insônia é um transtorno de ansiedade ou um transtorno depressivo. As medicações para isso não são medicações que causam dependência. Mas as medicações controladas, tarja preta, que muitos pegam emprestado com o colega, podem sim causar dependência e se for necessário precisa ser prescrita pelo médico", esclarece a psiquiatra.
Se você já tentou de tudo e mesmo assim não tem conseguido dormir, busque ajuda. A psiquiatra lembra que muitos médicos têm atendido de forma telepresencial. Esperar a pandemia acabar para ir atrás de um diagnóstico médico é agravar o problema, segundo ela.
"Tem que procurar um profissional. O psiquiatra vai fazer uma avaliação médica, uma hipótese diagnóstica, vai avaliar de acordo com o perfil do paciente qual a medicação mais apropriada. A pandemia não vai acabar. Teremos que conviver com essa situação por um bom tempo, então não dá para esperar. O Conselho Federal de Medicina liberou a telemedicina, a maior parte dos médicos estão atendendo dessa forma. A receita chega por SMS, com código de barras. Não pode deixar isso passar para procurar o médico", concluiu Letícia.
Com informações da TV Gazeta
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta