Um médico que estava a caminho de uma consulta em uma rua próxima ao prédio onde João Miguel Silva, de 4 anos, caiu da janela do décimo andar no Centro de Colatina, na tarde de terça-feira (26), foi quem prestou os primeiros socorros ao menino antes da chegada do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O profissional seguia para uma clínica odontológica localizada ao lado do edifício, e a dentista que que trabalha na unidade, sabendo que ele é ortopedista e traumatologista, ligou para o homem e pediu ajuda após saber do acidente com a criança.
João Miguel caiu na parte interna do prédio — o fosso — que tem oito andares. Segundo informações da Polícia Militar, a queda foi amortecida por uma rede de proteção no segundo andar. A rede foi instalada no edifício para proteger a entrada de animais, como pássaros e morcegos, nos apartamentos. O impacto foi tão grande que a estrutura chegou a romper.
Em entrevista ao repórter Alessandro Bacheti, da TV Gazeta Noroeste, a dentista Kilzy Almeida Cani contou que ela e outros funcionários da clínica viram a movimentação de moradores do prédio e os pedidos de ajuda. “De início, nós não sabíamos o que estava acontecendo, até que uma pessoa abriu a porta do prédio e conseguimos entrar”, disse.
Segundo ao dentista, quando ela e outros funcionários da clínica chegaram ao local, o menino estava desacordado. “Mas vimos que ele tinha sinais vitais. Ele gemia muito de dor”, relatou Kilzy. Ela lembrou que o médico que estava a caminho de uma consulta era especialista em traumas.
João Miguel estava no apartamento com os dois irmãos, de 18 e 20 anos. Segundo o Boletim Unificado (BU) da Polícia Militar, o irmão mais velho informou que estava dormindo. O jovem de 18 anos disse que que havia descido até a portaria, e, quando retornou, sentiu falta do irmão caçula. Os dois foram procurar o menino e o encontraram caído.
Os pais dos três viajaram a trabalho para Minas Gerais. Segundo o pai do menino, Valdecir do Carmo da Silva, ele e a esposa foram informados do acidente e conseguiram voltar para o Espírito Santo à noite.
"Estávamos em Minas Gerais, 36 quilômetros após Governador Valadares, quando ficamos sabendo. Tive a notícia e fiquei louco de cabeça, não aguentei", contou Valdecir, pai do menino que caiu do prédio.
Valdecir explicou que a queda ocorreu da janela da cozinha, a única na casa que não tem tela de proteção. Emocionado, o pai contou que ele e o filho caçula são muito apegados e que, quando ele soube da notícia, pensou o pior.
"Só Deus mesmo. Deus entrou com providência. Eu acredito que, pelas orações do povo, da nossa irmandade em oração, muitos irmãos em oração, eu creio que a recuperação será rápida e o nome de Deus será mais uma vez glorificado", afirmou.
Médicos do Hospital Maternidade São José informaram, pela manhã desta quarta-feira (27), à reportagem que João não sofreu lesões no fêmur. Ele ficará em coma induzido, sob avaliação nas próximas 48 horas. Segundo informações atualizadas do pai,para a TV Gazeta Noroeste, o menino teve um edema cerebral, e foi submetido ao coma para que o inchaço de uma região cerebral diminuísse.
A reportagem procurou o hospital para atualizar o estado de saúde do menino. Assim que houver retorno, este texto será atualizado.
Por nota, a Polícia Civil informou que os dois irmãos do menino, de 18 e 20 anos, foram encaminhados à Delegacia Regional de Colatina para prestarem depoimentos. Eles foram ouvidos e liberados e o caso foi encaminhado à Delegacia Especializada de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de Colatina para ser apurado.
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