Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) registrou o recebimento de cinco denúncias por fake news, ou seja, por envolverem suspeita de divulgação de notícias falsas por médicos capixabas. O teor dos conteúdos não foi informado.
Das cinco denúncias, duas levaram à instauração de sindicâncias por indícios de infração ética, uma foi encaminhada para o Setor de Fiscalização, em razão de a denúncia feita não ter encaminhado material comprobatório, uma foi arquivada por não apresentar suspeita de irregularidade e uma ainda se encontra em análise para verificar se há indícios de irregularidade e, em caso afirmativo, deverá ser encaminhada para abertura de sindicância.
De acordo com o CRM-ES, no caso dos profissionais investigados serem de fato responsáveis pela veiculação das informações falsas, conforme previsto pelo Código de Ética Médica, as penalidades podem variar desde uma advertência confidencial até a cassação do exercício profissional. Em quaisquer dos casos, a penalidade só é aplicada após ampla apuração e garantia de defesa para o profissional denunciado.
A entidade de classe ressaltou que, para evitar a propagação das fake news, realiza constantemente, nas redes sociais, no site e por mensagens enviadas diretamente aos médicos, orientação a respeito das normas de publicidade médica e, atualmente, com a pandemia de Covid-19, o Comitê de Crise do CRM-ES para Enfrentamento do Coronavírus vem orientando a classe médica a respeito da Covid-19.
Uma lista com indicação de medicamentos para tratar a Covid-19, doença causada pela pandemia do novo coronavírus, viralizou nas redes sociais no último dia 24. O conteúdo, supostamente atestado por médicos capixabas, é fake, segundo o próprio grupo de profissionais. A reportagem conversou com alguns médicos indicados na lista e todos eles demonstraram indignação diante do ocorrido.
A mensagem contém indicação das fases da infecção pelo vírus, bem como os remédios que devem ser prescritos em cada uma delas. Os médicos afirmam que o conteúdo da mensagem é falso.
Um dos médicos localizados pela reportagem afirmou que a lista de profissionais que aparece na mensagem pertence ao grupo de médicos voluntários para atender via telemedicina na Prefeitura de Vitória e que os integrantes tiveram a identidade vazada. E que alguém de má-fé se aproveitou dos nomes para criar a mensagem fake.
As medidas a serem tomadas pelo grupo de profissionais ainda não haviam sido definidas até o último dia 24, mas alguns especialistas estudavam a possibilidade de ingressar na Justiça. A reportagem fez novo contato nesta segunda-feira (29) para verificar que providências poderão ser tomadas, e foi informada de que o grupo está satisfeito com a posição do CRM de investigar o caso e com a reportagem feita por A Gazeta para informar que a lista é falsa.
A mensagem que levou ao descontentamento, em especial no momento delicado que a sociedade passa, foi classificada como sendo de baixo nível moral e ético, cabendo o alerta às pessoas que a receberam para que não seja considerada, por não ser verídica.
O Conselho Regional de Medicina no Espírito Santo (CRM-ES) se manifestou em nota, informando que teve conhecimento, por meio da imprensa, da mensagem intitulada COVID-19. "O assunto será levado para a Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos do CRM-ES (Codame-ES) para devida análise e providências", afirma o posicionamento da entidade.
Procurada pela reportagem para comentar o assunto, a Prefeitura de Vitória informou, por nota, que "há um grupo de voluntários médicos que procurou o município para que pudessem contribuir na pandemia da Covid-19. Os diálogos já foram iniciados e podem ser definidos em breve."
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