Em um vídeo que circula pelas redes sociais, o médico infectologista Aloísio Falqueto polemizou o isolamento social ao afirmar que trata-se de uma medida desnecessária para conter a pandemia do novo coronavírus. A fala foi feita durante uma manifestação política em favor dos ideais bolsonaristas, em Vila Velha, durante o último domingo (03).
A reportagem de A Gazeta procurou o médico Aloísio Falqueto, mas por telefone, ele disse que não falaria com a imprensa. A reportagem também foi atrás de outros médicos e representantes da classe para responder: o isolamento social dá certo? A resposta foi SIM, o isolamento é um recurso para minimizar os danos da Covid-19 e salvar vidas.
Ao ser questionado sobre os efeitos do isolamento social, o presidente da Sociedade dos Infectologistas do Espírito Santo e médico, Alexandre Rodrigues, disse que a medida não faz a pandemia desaparecer. "O isolamento é para reduzir a transmissão no menor intervalo de tempo. A partir do momento que falamos que é um vírus de alta transmissibilidade, ter menos pessoas circulando, menos proximidade, diminuir o contato, veremos que, ao longo do tempo, algumas pessoas já terão obtido a doença e o risco de contato com o vírus será menor", destacou.
Rodrigues pontuou que o resultado a curto prazo do isolamento é um crescimento mais lento do número de casos e consequentemente, um percentual menor de casos graves também. Já a longo prazo, haverá o achatamento da curva.
O também infectologista Lauro Ferreira, compartilha o mesmo pensamento de Alexandre Rodrigues, e ressaltou os benefícios do isolamento social, e se mostrou surpreso em ouvir representantes da classe médica indo contra o isolamento. Ele é ainda mais enfático ao falar sobre a necessidade de se fazer o isolamento da maneira correta, inclusive não gerando aglomerações por qualquer motivo que seja, por exemplo, protestos. "Se a gente continuar fazendo um isolamento mal feito, vamos prolongar essa agonia sem conseguir minimizar danos ou sem conseguir reverter a curva, que é quando há uma infecção de um pra um apenas", explicou.
Para o médico infectologista Crispim Ceruti, isolamento social e distanciamento social não são ações políticas ou ideológicas. Mas uma questão científica acima de tudo.
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) disse em nota que adota as orientações das sociedades de especialidades médicas e das autoridades sanitárias do Brasil. Alguns países adotaram o isolamento vertical como estratégia; o Brasil adotou o horizontal, quando é recomendado que todos fiquem em casa. Qualquer medida de isolamento é dura, mas necessária para deter o avanço de uma doença.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta