> >
Medo do coronavírus leva pacientes crônicos a abandonarem tratamento

Medo do coronavírus leva pacientes crônicos a abandonarem tratamento

Médico alerta para o aumento no número de pessoas que pode morrer em casa, sem assistência médica, por não procurar ajuda para tratar doenças cardíacas, diabetes e pulmonar

Publicado em 21 de abril de 2020 às 16:11

Cardiologista Bruno Moulin ressalta a importância de pessoas que tratam doenças crônicas não interromperem o tratamento durante a pandemia do coronavirus
Cardiologista Bruno Moulin ressalta a importância de pessoas que tratam doenças crônicas não interromperem o tratamento durante a pandemia do coronavirus Crédito: Reprodução / TV Gazeta

Em tempo de coronavírus, pacientes com doenças crônicas estão abandonando o tratamento. Os médicos alertam para o risco e afirmam que mesmo no confinamento é preciso manter a atenção com doenças como diabetes, cardíacas e pulmonares, por exemplo. Quem não faz o tratamento pode acabar piorando a doença que já tem. A recomendação para ficar em casa vale para situações desnecessárias, mas quem tem uma doença crônica precisa continuar procurando atendimento médico. 

Especialistas e médicos dizem que pacientes com doenças crônicas, como diabetes, podem ter complicações graves com o coronavírus. O cardiologista Bruno Moulin lembra que essas doenças matam muito em todo o mundo e por isso a atenção não deve ser voltada apenas para a Covid-19 nesse momento.

"As doenças cardiovasculares são responsáveis por 30% das mortes no Brasil. Isso significa uma morte a cada 90 segundos, mais de mil mortes por dita. A diabetes, o AVC, os diversos tipos de câncer, bem como as doenças pulmonares não podem ter o seu tratamento interrompido. Além da mortalidade da própria doença, elas são fatores de risco para o aumento da mortalidade na infecção com coronavírus", alerta Moulin.

Segundo a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, houve uma redução na procura por atendimento de pacientes que tem infarto, em cerca de 50%. Isso é uma preocupação porque pacientes com doenças cardiovasculares podem ter mais complicações caso tenham o coronavírus, assim como quem tem diabetes ou faz tratamento de câncer. Por isso essas pessoas tem que continuar com o tratamento que já faziam, mesmo ficando mais tempo em casa.

"É importante que os pacientes não deixem de tomar as medicações regulares que foram descritas a longo prazo, não deixem de procurar o seu médico ou um Pronto Atendimento caso venha a ter algum tipo de sintoma. Por exemplo, no caso do infarto, se você tiver dor no peito, sudorese fria, falta de ar, é fundamental que procure o sistema de saúde, porque você pode estar tendo um infarto. Está morrendo muito mais gente em casa, sem assistência médica"

Bruno Moulin

Cardiologista

COM DIABETES, FABIANA CONTA COM A AJUDA DO PAI PARA NÃO FICAR SEM INSULINA

 A Fabiana tem diabetes tipo 1. É uma doença hereditária, que não tem cura. Mesmo com 19 anos, por causa dessa doença, ela precisa tomar todos os cuidados possíveis e evitar sair de casa.

"Ficar em casa, lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel. Quando preciso sair nas áreas comuns do condomínio é sempre usando máscara. Estou usando aquelas máscaras de tecido, que tem sido recomendada", conta a estudante de Direito.

Por ter diabetes, ela diz que os cuidados com a doença também precisam continuar. Não só para evitar ter o coronavírus, mas para caso se contamine com o vírus não evolua para a forma grave da doença.

"Eu pego insulina na farmácia cidadã, mas com o coronavírus eu não tenho ido ao local. Por eu ser grupo de risco, o meu pai que está indo buscar o remédio" a gente não quer correr o risco", conclui.

Com informações de Kaique Dias, da TV Gazeta.

TOALHAS DE ROSTO E PANO DE PRATO - Quando há mais de um morador de casa, especialistas recomendam que cada um use sua própria toalha de rosto, assim como deveria acontecer com a tolha de banho. por Amarildo

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais