A meia dose da vacina da AstraZeneca, testada em massa em um estudo pioneiro em Viana, no Espírito Santo, pode ser utilizada como dose de reforço para a população geral no futuro, segundo o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
Em entrevista coletiva virtual nesta terça-feira (5), Nésio comemorou o resultado positivo do projeto Viana Vacinada que, embora ainda não tenha sido concluído, demonstrou em fase preliminar que é eficaz na produção de anticorpos contra o coronavírus de modo similar à dose padrão.
“Os resultados apresentados até este primeiro momento apresentam perspectiva de um rumo diferenciado na vacinação da população adulta em todo o mundo. Eles têm suscitado a possibilidade de que a dose de reforço, caso o estudo confirme, possa ser realizada com a meia dose da vacina da AstraZeneca”, afirmou. Essa vacina é produzida no Brasil pela Fiocruz.
O estudo feito em Viana deve ter as análises definitivas concluídas em novembro deste ano, com as publicações em revista científicas previstas para dezembro. Até lá, o secretário fez um apelo para que os participantes se atenham ao estudo e voltem para a segunda meia dose.
"Pedimos à população de Viana que não abandone o estudo. Porque o Viana Vacinada pode sem duvida alguma ter repercussão internacional de forma significativa, principalmente em países que ate agora não alcançaram a cobertura vacinal satisfatória", disse.
A pesquisa envolve 20 mil voluntários de 18 a 49 anos que receberam as meias doses num intervalo de oito semanas, em junho e em agosto, no município de Viana.
Logo após a primeira meia dose, o governo do Estado, que contribui com o financiamento do estudo, apontou que 88,3% dos vacinados tinham desenvolvido anticorpos. Agora, o resultado apresentado refere-se às duas aplicações que, conforme as análises, foram capazes de desenvolver a proteção em 99,8% dos participantes.
Neste mês, a Sesa se reunirá com representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) para apresentar esses resultados. A expectativa é de que, se houver confirmação na última fase da pesquisa, a meia dose possa ser utilizada em locais com escassez de imunizantes.
A pesquisa é coordenada pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam/Ufes) em parceria com a Fiocruz, patrocinado pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do Ministério da Saúde.
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