O menino de 8 anos que levou um choque após encostar em um fio eletrificado caído em uma calçada ainda está se recuperando dos ferimentos. O acidente aconteceu no dia 3 em Vila Nova de Colares, na Serra, na Grande Vitória. A criança teve queimaduras de terceiro grau nas mãos e também arritmia cardíaca.
A cada três dias, Arthur Bernardo precisa voltar ir ao Hospital Infantil de Vitória para fazer a limpeza dos ferimentos nas mãos e trocar os curativos.
"Ele reclama desse procedimento, pois é doloroso, mas tem que ser feito para o bem-estar dele e para acabar logo esse sofrimento", contou pai do menino, Aldezino de Oliveira Braz.
O menino brincava na rua com amigos no dia do choque e lembra com nitidez como foi o acidente.
"Estava jogando bola e fui descansar. Sentei na calçada e coloquei a mão no fio", conta Arthur Bernardo.
Foi Mateus, um amigo de Arthur que jogava bola também, quem o salvou.
"Ele estava deitado pedindo socorro. Eu pensei que ele estava brincando, mas depois vi que não era. Tirei os fios que estavam encostados nele e vi que os dedos dele estavam cortados", lembrou o amigo.
Passadas duas semanas do dia do acidente, o pai de Arthur contou que os cuidados com o filho mudaram a rotina da criança e que ele ainda precisará de passar por uma cirurgia plástica.
"Tudo mudou lá em casa. Não tem mais folga e nem descanso. Eu e minha esposa revezamos para levá-lo ao hospital. Quando ela está de folga, o leva. Quando ela está trabalhando, eu peço um dia no trabalho para levá-lo e também quando estou de folga eu que o levo", explicou Aldezino.
A rotina do Arthur também mudou muito. Ele está sem ir às aulas e raramente brinca.
"É chato ficar dentro de casa, às vezes eu saio na rua brinco um pouco e entro de novo".
Além das queimaduras graves e a arritmia cardíaca que está controlada, a família está preocupada com o psicológico da criança.
"Nós somos pais e sabemos que sempre fica uma sequela. Vemos que ele fica mais quieto quando tem que ir para a rua, ele está diferente, por isso vamos atrás de um psicólogo para ver o que está acontecendo com meu filho", descreveu o pai.
No dia do acidente, técnicos da concessionária EDP estiveram no local e enrolaram o fio e colocaram no local correto.
A empresa disse que o fio não pertence à rede da EDP e que se tratava de uma ligação de energia ilegal.
A EDP reforçou que a população nunca deve se aproximar de fios caídos. Além disso, alertou que o furto de energia pode provocar sobrecarga na rede elétrica com prejuízo para a população, que sofre com acidentes e interrupção do fornecimento do sistema para suas residências e vias públicas.
"Não temos a quem recorrer, é esperar em Deus. E até continuamos lutando para cuidar do filho da gente", desabafou Aldezino.
Com informações de Naiara Arpini, TV Gazeta
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