Depois de mais de 20 anos de espera, o Mercado da Capixaba, em Vitória, voltará a ser aberto ao público com 16 lojas, que irão variar de 23m² a 103m². A prefeitura da Capital apresentou, nesta quarta-feira (17), o modelo de concessão para os espaços, que poderão ser ocupados por comércios de artesanato, obras de arte, livros, produtos do agronegócio do Espírito Santo, além de estabelecimentos vinculados à gastronomia, como bares e restaurantes.
A previsão da administração municipal é de que o Mercado da Capixaba esteja pronto até junho, tempo necessário para atender a possíveis ajustes solicitados pela empresa que vai assumir a concessão. Segundo informações da prefeitura, 70% da obra está concluída. Entre as etapas que ainda precisam ser terminadas estão climatização, pintura, piso, instalações elétricas e hidráulicas e sistema de combate a incêndios.
Entre as obrigações da empresa que assumirá a concessão, está a de manter metade dos estabelecimentos voltados à gastronomia abertos todos os dias, podendo haver alternância entre eles. Além disso, nos primeiros 90 dias, a concessionária deve garantir o funcionamento de metade do total dos módulos comerciais do mercado e, em até 180 dias, 80%. Ainda não há informações sobre quando será aberta a concorrência para interessados em gerir o espaço.
Música ao vivo na área externa e eventos deverão ter alvará de autorização. Segundo Gregório, a exigência tem o objetivo de garantir o cumprimento, por exemplo, dos limites de poluição sonora. "O concessionário terá uma margem de trabalho muito boa, mas a gestão estará presente para manter a harmonia", disse o diretor-presidente da CDVT.
Outro benefício que a prefeitura pretende dar à empresa que assumirá o Mercado da Capixaba é desconto no aluguel, que terá como base do reajuste anual o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No primeiro ano, a concessionária pagará apenas 60% do valor oferecido na licitação. No segundo, passará a pagar 70%, 80% no terceiro e, sucessivamente, até o pagamento do valor integral oferecido no certame.
O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento do Turismo e Inovação de Vitória (CDVT), Marcos Gregório, reforçou que mercado tem o objetivo de ser um equipamento público voltado ao turismo e, por isso, alguns tipos de negócio estarão vedados, justamente para que esse perfil seja mantido. São eles:
Um incêndio em uma loja de artigos esportivos em 2002 destruiu o telhado e causou danos à estrutura do Mercado da Capixaba. Desde então, o espaço foi se deteriorando, esperando por uma reforma. Em janeiro de 2020, foi prometido que a obra teria início até o fim do primeiro semestre daquele ano. Por causa da pandemia, os trabalhos foram adiados.
No ano seguinte, 2021, a prefeitura divulgou uma nova previsão para o início da reforma: primeiro semestre de 2022. Na época, o então secretário de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), Marcelo de Oliveira, alegou que o projeto que se tinha até o momento era muito conceitual para que fosse contratada uma empresa para as obras.
Já no início 2023, a promessa dada foi de que a obra ficaria pronta até o final do primeiro semestre de 2024. De acordo com a prefeitura, esse ainda é o prazo para entrega.
Construído durante o governo de Florentino Avidos (1924-1928), o espaço surgiu como substituto do antigo mercado municipal que ocupava o mesmo local. Sua localização estratégica na Avenida Jerônimo Monteiro, no Centro de Vitória, o tornou um ponto importante para a comunidade.
O edifício de dois andares desempenhou diferentes papéis ao longo do tempo. Inicialmente, no pavimento superior, abrigou o Hotel Avenida até a década de 1940. Na década de 1950, o hotel foi substituído pelo auditório da Rádio Club do Espírito Santo. Em 1996,o edifício passou a ser sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo no segundo pavimento. O Mercado da Capixaba adquiriu o status de patrimônio histórico do Centro de Vitória em 1983.
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