Construído em 1926, o quase centenário Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória, passa, neste momento, por um processo de revitalização. Depois de um incêndio em 2002, o espaço sofreu danos estruturais e teve o telhado destruído pelo fogo. De lá para cá, são mais de duas décadas aguardando uma reforma do espaço.
Desde 2020, a entrega da obra já foi adiada duas vezes, mas, de acordo com a prefeitura da Capital, deve ser entregue ao final do primeiro semestre de 2024. Nesta quinta (10), o espaço recebeu uma visita técnica aberta à imprensa.
A intenção é manter apenas elementos originais. Um dos principais avanços da obra é justamente a retirada de revestimentos que foram aplicados ao longo dos anos, deixando os tijolos originais à mostra. Uma parte do primeiro piso também foi restaurada, depois da retirada de várias camadas de outros pisos que foram colocados.
Segundo apuração do repórter Vinícius Colini, da TV Gazeta, neste momento, as obras estão na fase de instalação do telhado. As novas telhas são réplicas das que foram usadas na construção original. Depois dessa fase, começa o acabamento geral. A obra teve um investimento inicial de quase R$ 9 milhões.
O presidente do Conselho de Arquitetura, Eliomar Venâncio, levantou a possibilidade de que mais prédios do entorno sejam revitalizados. "É muito importante você preservar isso, mostrar para as futuras gerações a história que passou por aqui. O desenho que foi feito, a construção que foi executada. Inclusive, o entorno tem um pouco dessas características. Então, quem sabe, os prédios aqui do entorno também podem ser revitalizados", disse em entrevista coletiva.
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, lembrou que a obra é uma das ações de revitalização do Centro da Capital. "Essa obra é fundamental para a ressignificação, é o coração do Centro de Vitória. Aí nos temos Fafi (Escola Técnica de Teatro, Dança e Música), Casa Porto. Temos aqui o Mercado da Capixaba, temos o Museu Capixaba do Negro, Colégio São Vicente, tudo isso para valorizar o Centro de Vitória e atrair pessoas, para que voltem a circular na região central da nossa cidade."
Segundo o prefeito, o local será voltado para gastronomia e arte. Será aberto um edital para que interessados em ter um estabelecimento no Mercado da Capixaba possam se inscrever. Uma data para abertura desse processo não foi divulgada.
Um incêndio em uma loja de artigos esportivos em 2002 destruiu o telhado e causou danos à estrutura do Mercado Capixaba. Desde então, o espaço foi se deteriorando, esperando por uma reforma. Em janeiro de 2020, foi prometido que a obra teria início até o fim do primeiro semestre daquele ano. Por causa da pandemia, os trabalhos foram adiados.
No ano seguinte, 2021, a prefeitura divulgou uma nova previsão para o início da reforma: primeiro semestre de 2022. Na época, o então secretário de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), Marcelo de Oliveira, alegou que o projeto que se tinha até o momento era muito conceitual para que fosse contratada uma empresa para as obras.
Já no início 2023, a promessa dada foi de que a obra fique pronta até o final do primeiro semestre de 2024. De acordo com a prefeitura, esse ainda é o prazo para entrega.
Construído durante o governo de Florentino Avidos (1924-1928), o mercado surgiu como substituto do antigo mercado municipal que ocupava o mesmo local. Sua localização estratégica na Avenida Jerônimo Monteiro, no Centro de Vitória, o tornou um ponto importante para a comunidade.
O edifício de dois andares desempenhou diferentes papéis ao longo do tempo. Inicialmente, no pavimento superior, abrigou o Hotel Avenida até a década de 1940. Na década de 1950, o hotel foi substituído pelo auditório da Rádio Club do Espírito Santo. Em 1996,o edifício passou a ser sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo no segundo pavimento. O Mercado da Capixaba adquiriu o status de patrimônio histórico do Centro de Vitória em 1983.
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