A epidemia de gripe e a continuidade da pandemia do coronavírus, que voltou a ganhar força no mundo com a variante Ômicron, levaram o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, a recomendar que os capixabas não façam comemorações com grande quantidade de pessoas nas festas de final de ano.
Em entrevista exclusiva para A Gazeta e na Rádio CBN Vitória nesta terça (21), o secretário orientou que as famílias realizem teste de Covid-19 antes das celebrações de Natal mesmo sem a presença de sintomas.
Nésio destacou que todas as recomendações são feitas com base nas evidências do momento e ponderando que a variante Ômicron é mais transmissível que a variante Delta.
Ele explicou que em ambientes com melhor cobertura vacinal e com grande exposição prévia da população ao vírus original, o impacto da Ômicron nas taxas de mortalidade não é tão grande em comparação com territórios com baixa cobertura vacinal.
No Espírito Santo, tanto o teste de antígeno quanto o teste RT-PCR são amplamente oferecidos em todos os municípios do Estado, na rede pública de saúde.
O secretário também reforçou o pedido para que as pessoas que não se vacinaram ainda, o façam. "Se tem algum familiar que não quis se vacinar, estimule que ele se vacine. Ainda tem tempo, as vacinas estão disponíveis."
O governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa), informou que 74 pessoas foram contaminadas pelo vírus H3N2, um dos subtipos de vírus que causa a Influenza A, doença popularmente conhecida como gripe. Foram identificados ainda cincos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza e duas pessoas morreram.
A Sesa afirmou que, até o momento, não há confirmação de que a cepa que está circulando no Espírito Santo é a mesma que tem sido observada nos demais Estados.
Sobre os testes para tentar identificar a cepa Darwin no Estado, a Sesa informou que "aguarda resultados de sequenciamentos genéticos que foram encaminhados para a Fiocruz" e que "guarda o restabelecimento do sistema de notificação do Ministério da Saúde para ter o balanço completo sobre a Influenza no Estado".
Apesar de ser uma variante diferente da gripe, a infectologista Rubia Miossi afirma que praticamente não há diferenças entre os sintomas de Influenza. “A cepa de H3N2 Darwin é de fato nova, mas os sintomas são os mesmos da gripe. O vírus continua sendo Influenza”, disse.
Os sintomas também são parecidos com outra nova variante que também tem causado preocupação, a Ômicron, da Covid-19. Segundo o infectologista Paulo Mendes Peçanha, as duas infecções podem ser inicialmente confundidas, mas há formas de se diferenciar.
“No início, as duas apresentam sintomas muito semelhantes. Congestão nasal, febre, dores no corpo e na garganta, tosse, cansaço. O que se diferencia é que a gripe costuma melhorar depois de cinco dias, já a Covid piora a partir da segunda semana e perdura por muito mais tempo.”
Já entre as outras variantes do coronavírus o médico explica que é mais fácil diferenciar. “A cepa original da Covid-19 e a Delta se diferenciam pela perda de paladar e olfato, por exemplo, que são muito característicos", diz.
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