Após moradores da região de Santo Antônio, em Vitória, demonstrarem insatisfação com a decisão da prefeitura de instalar, no Sambão do Povo, um centro de quarentena para abrigar pacientes infectados pelo coronavírus que estão em vulnerabilidade social, uma reunião para tratar o assunto aconteceu nesta sexta-feira (19). Por videoconferência, os moradores apresentaram sugestões que, segundo a prefeitura, serão analisadas e respondidas.
Algumas das preocupações dos moradores é de que o espaço não tenha a estrutura adequada para conter a disseminação da Covid-19 pela vizinhança e que o local não seja confortável para os pacientes, devido ao calor e barulho de automóveis.
Para tentar resolver a divergência, a reunião online contou com a participação de representantes da prefeitura, do Ministério Público e cerca de dez moradores da região. A videoconferência teve início pela manhã e terminou na tarde desta sexta (19).
De acordo com Cláudio Barcelos, líder comunitário do bairro Mario Cypreste, a decisão da administração municipal foi tomada sem diálogo com os moradores do entorno. Ele afirma que a comunidade entende que o público a que se destina o centro de quarentena precisa de assistência, porém avalia que o Sambão não é a área mais adequada para receber os pacientes.
As principais revindicações apresentadas pelos moradores na reunião, caso o centro de quarentena permaneça no Sambão do Povo são:
Procurada, a Prefeitura de Vitória informou que continua seguindo a recomendação do Ministério Público do Espírito Santo para a implantação de um centro de quarentena como estratégia para acolher as pessoas mais vulneráveis e conter a disseminação do novo coronavírus.
"Nesta sexta-feira (19), foi realizada reunião por videoconferência entre a prefeitura e o Ministério Público na qual participaram aproximadamente dez pessoas, escolhidas pelos próprios moradores da comunidade de Mário Cypreste. Os representantes da comunidade apresentaram sugestões que serão analisadas e respondidas pela prefeitura. Na próxima segunda-feira, à tarde, haverá nova reunião para ajustes finais", informou.
Em entrevista à TV Gazeta na última quinta-feira (18), Bruno Toledo, coordenador do Comitê de Gerenciamento das Políticas Sociais dos Impactos Causados pela Covid-19 da prefeitura, destacou que a escolha do Sambão não foi aleatória, mas precedida de protocolos da saúde para que as pessoas infectadas possam receber a assistência, sem oferecer risco à comunidade. A prefeitura pretende iniciar a utilização do espaço na próxima quarta (24), com prazo estimado de seis meses.
A estrutura está sendo montada nos camarotes do Sambão do Povo para atender até 50 pessoas, com quadro clínico leve e que não precisam de internação hospitalar. O público-alvo será formado por idosos acamados, pessoas com deficiência, moradores em situação de rua, além daqueles em vulnerabilidade social que dividem a moradia e não têm condições de fazer o isolamento para a evitar a disseminação da doença.
Nos seis meses previstos para o centro de quarentena, Toledo estima que cerca de 800 pessoas possam ser assistidas enquanto estiverem com o vírus ativo no organismo, ou seja, com risco de transmitir a Covid-19.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta