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Moradores de prédio em que piscina caiu só devem voltar para casa na terça

Moradores de prédio em que piscina caiu só devem voltar para casa na terça

Acompanhando as obras no Edifício Parador, em Itaparica, o presidente da autarquia, Jorge Silva, diz que ainda não há segurança para o retorno dos condôminos

Publicado em 24 de abril de 2021 às 14:15

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A piscina do edifício de luxo Parador Residence, em Itaparica, desabou durante a noite de ontem, (22), não houve feridos
Trabalhadores da Argo Construtora estão atuando na área afetada do Edifício Parador após a queda da piscina na última quinta-feira (22) . (Fernando Madeira)

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), estipulou a próxima terça-feira (27) como uma data segura para o retorno dos moradores aos apartamentos do Edifício Parador Residence, onde na última quinta-feira (22) a piscina desabou. Neste sábado (24), representantes da autarquia voltaram ao local na orla de Itaparica, em Vila Velha, e acompanharam os trabalhos de escoramento realizados por colaboradores da construtora Argo.

A recomendação do Crea-ES difere do entendimento da Defesa Civil do município, que havia permitido o retorno gradativo das pessoas desde que a área afetada estivesse isolada. A autarquia federal, inclusive, havia classificado esta medida como um "ato irresponsável", considerando que os serviços precisam ser realizados com o máximo de segurança e a presença de pessoas poderia interferir nesse aspecto. 

Moradores de prédio em que piscina caiu só devem voltar para casa na terça

Em entrevista à TV Gazeta, o presidente da autarquia, o engenheiro civil Jorge Silva, avaliou a medida como precipitada.

"Com o acontecimento da queda da piscina, houve deformação na laje subterrânea e comprometimento da saída de emergência, além de problemas na canalização do gás. Em razão disso, enquanto não for recuperado, acredito que em 72 horas já possa estar resolvido visto o acompanhamento que estamos fazendo. Para mim, a decisão foi irresponsável e ela jamais deveria liberar a volta dos moradores, já que há ainda  risco. Se houver, por exemplo, um curto-circuito no prédio, como eles farão para sair do prédio sendo que as saídas de emergência estão impedidas?", salientou Silva, afirmando que esta autorização por parte da Defesa Civil foi um erro grave, visto que o parecer não tem valor de um laudo.

Vila Velha
O presidente do Crea-ES, Jorge Silva, não vê  segurança para o retorno dos moradores ao edifício Parador, em Vila Velha. (Reprodução/TV Gazeta)

Ainda de acordo com o representante do Crea-ES, nesta sexta-feira houve uma reunião que também contou com a presença do Corpo de Bombeiros e a própria Argo Construtora, que admitiu, segundo Silva, a necessidade do prazo de 72 horas para concluir a obra, ou seja, na próxima terça-feira. O presidente da autarquia ressaltou que a empresa está realizando o trabalho necessário e dando assistência aos moradores.

Apesar da liberação por parte da Defesa Civil, nenhum morador retornou aos apartamentos no Parador Residence. Até o momento, ocorreram apenas visitas pontuais aos imóveis para que pudessem buscar pertences pessoais, roupas e documentos.

IRREGULARIDADES

De acordo com Jorge Silva, no período de pouco mais de 100 dias deste ano, o Crea-ES já fiscalizou mais de 10 mil obras em todo o Espírito Santo. O ocorrido no prédio de Vila Velha faz parte das ocorrências de irregularidades atestadas até o momento.

Funcionários da construtora chegaram ao prédio na manhã desta sexta-feira (23)(Fernando Madeira)

"Existem obras irregulares, obras com problemas seríssimos. Entre 80 a 85% das obras no Estado apresentam algum tipo de problema.  Em vez de apenas fazermos a vistoria fiscal, nós também realizamos as vistorias técnicas para identificar se há erro de projeto ou execução. O erro de execução 'está na cara', não precisa ser engenheiro para poder identificar. No entanto, existem outros detalhes porque na engenharia não existe o 'acho', existe a exatidão da questão. Estamos analisando todos os projetos, estrutural e hidráulico porque precisam de uma nova vistoria", disse o presidente do Crea-ES.

Com informações de Daniela Carla, da TV Gazeta

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