Após proprietários rurais encontrarem pegadas de onça parda no interior de Atílio Vivácqua, no Sul do Espírito Santo, eles receberam orientações sobre os cuidados de segurança que devem ser adotados diante da presença do felino na região. A intenção é manter o animal afastado da propriedade.
Segundo o secretário Márcio Meneguessi Menon, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a ação aconteceu na última sexta-feira (10) com famílias da localidade de Vale do Moitão do Sul. Ele disse que o Monumento Natural Estadual Serra das Torres, compreende três municípios e um deles, é Atilio Vivácqua.
“Na unidade foram instaladas câmeras de segurança para monitoramento da fauna e já haviam flagrado o animal. Depois do relato de moradores, há duas semanas, que teriam visto pegadas da onça nas propriedades e um possível ataque de um bezerro, resolvemos orientar os moradores”, informou Márcio Menegussi Menon.
De acordo com as informações divulgadas pelo Monumento Natural Estadual Serra das Torres, o risco de ataque em humanos é baixíssimo, mas algumas ações podem ser adotadas para espantar os animais e evitar que ataquem animais domésticos.
Entre as ações repassadas às famílias é a emissão de sons altos, como buzina de carnaval, instalar luzes, utilização de cercas elétricas e acabar com a caça ilegal de presas naturais na floresta.
Segundo informações da unidade de conservação, nunca existiu nenhum registro de ataque de onça parda no Espírito Santo a humanos e apenas um em todo Brasil, no estado do Pará.
Como animais de topo de cadeia, são fundamentais para o equilíbrio ecológico, controlando populações de outros mamíferos (como roedores) que podem crescer descontroladamente e vir até a destruir plantações.
De acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o Monumento Natural Estadual Serra das Torres (Monast) possui 10.458,90 hectares e é a maior Unidade de Conservação da categoria Proteção Integral criada pelo Estado. Ele abrange os municípios de Atílio Vivácqua, Mimoso do Sul e Muqui.
O servidor do Iema e gestor do Monast, Guilherme Carneiro, disse que a equipe também busca conscientizar as pessoas e desmitificar alguns mitos. "Há muito mito em torno da onça, gera pânico na população e não teve nenhum ataque de onça parda na história no ES", informou.
Segundo ele, há mais risco de sofrer um ataque de raio do que de onça. "Temos que acabar com esse pânico, o risco maior é a predação doméstica, com animais como gado, galinha, que pode gerar prejuízo para os proprietários", explicou.
Além disso, Carneiro explicou que o registro foi de uma onça parda, pois ela tolera ambientes mais alterados, desmatados, diferente da onça pintada. E a ideia é monitorar para saber se o animal está reproduzindo, visto que, em Atílio Vivácqua, moradores contaram terem visto uma pegada de onça menor, que indica ser de filhote.
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