Moradores da região de Santo Antônio, em Vitória, estão insatisfeitos com a decisão da prefeitura de instalar, no Sambão do Povo, um centro de quarentena para abrigar pacientes infectados pelo coronavírus que estão em vulnerabilidade social. A preocupação de alguns deles é de que o espaço não tenha a estrutura adequada para conter a disseminação da Covid-19 pela vizinhança.
Em entrevista para a TV Gazeta, Cláudio Barcelos, líder comunitário do bairro Mario Cypreste, disse que a decisão da administração municipal foi tomada sem diálogo com os moradores do entorno. Ele ressalta que a comunidade entende que o público a que se destina o centro de quarentena precisa de assistência, porém a avaliação é que o Sambão não é a área mais adequada para receber os pacientes.
Bruno Toledo, coordenador do Comitê de Gerenciamento das Políticas Sociais dos Impactos Causados pela Covid-19 da prefeitura, destacou na entrevista que a escolha do Sambão não foi aleatória, mas, ao contrário, precedida de protocolos da saúde para que as pessoas infectadas possam receber a assistência, sem oferecer risco à comunidade.
Diante da divergência, um grupo de moradores e Toledo vão se reunir na manhã desta sexta-feira (19), numa tentativa de buscar entendimento para a situação. A prefeitura pretende iniciar a utilização do espaço na próxima quarta (24), com prazo estimado de seis meses.
A estrutura está sendo montada nos camarotes do Sambão do Povo para atender até 50 pessoas, com quadro clínico leve e que não precisam de internação hospitalar. O público-alvo será formado por idosos acamados, pessoas com deficiência, moradores em situação de rua, além daqueles em vulnerabilidade social que dividem a moradia e não têm condições de fazer o isolamento para a evitar a disseminação da doença.
Nos seis meses previstos para o centro de quarentena, Toledo estima que cerca de 800 pessoas possam ser assistidas enquanto estiverem com o vírus ativo no organismo, ou seja, com risco de transmitir a Covid-19.
O município de Vitória é o segundo no Estado em número de infectados, com 5.462 casos registrados até esta quinta-feira (18). No bairro Mario Cypreste, onde está instalado o Sambão, 12 pessoas foram contaminadas e uma morreu.
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