A Vila de Itaúnas, em Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo, é conhecida como um local tranquilo, um patrimônio histórico preservado. As ruas de terra batida são parte dessa identidade. Uma operação tapa-buracos realizada recentemente pela prefeitura em uma das principais vias utilizou um material de pó de asfalto e tem tirado o sono de moradores.
Os moradores relatam que a demanda era antiga, pois sempre que chove as estradas no interior de Itaúnas ficam esburacadas e há também alagamentos. No entanto, a solução não agradou a todos.
O comerciante Carlos Eduardo de Souza, dono de uma pousada em Itaúnas, disse que agora os carros estão andando mais rápido. Para forçar os veículos a reduzirem a velocidade, o vizinho dele fez, por conta própria, um quebra-molas em frente ao estabelecimento.
Outro morador, o comerciante Arthur Carvalho, diz que há mais problemas: o primeiro deles é a poeira, e ele usa água para amenizar. O segundo é que a obra elevou o nível da rua em relação às casas e pousadas.
Conselheira de uma ONG em Itaúnas, Cecília Marcondes disse que nem os moradores, nem a organização foram avisados sobre o serviço. Para eles, a solução para o problema causou ainda mais transtornos.
Carlos acredita que se mantivesse a manutenção da estrada com máquina de patrolamento mais frequentemente resolveria. Já Cecília pensa que deveria ser feito um sistema de drenagem para que a água acumulada chegue aos rios próximos da comunidade.
Segundo o secretário Municipal de Infraestrutura, Obras, Transporte e Serviços Urbanos, Thiago Missagia, o serviço realizado foi feito utilizando o material é resto de asfalto da BR 101, que foi doado pela Eco101, concessionária da rodovia federal.
“Devido às chuvas, chegou para nós a reclamação de muita lama e buracos nas principais vias de Itaúnas, solicitando a colocação de material e o uso da moto niveladora. O prefeito, por ser morador da vila e reconhecer a realidade da mesma, se dignou a tentar solucionar o mais rápido possível esta demanda, autorizando o serviço com o material que possuíssemos no momento”, disse o secretário.
A via que passou pela obra é uma rodovia estadual. O Departamento de Edificações e Rodovias (DER-ES) também foi procurado pela reportagem. Em nota, a autarquia disse que não foi consultada sobre o despejo do material e que, por ser uma via urbana, o município pode realizar intervenções.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta