Atualização: Esta matéria foi atualizada na terça-feira (20), às 18h20, com informações mais detalhadas sobre a dinâmica do incêndio, após divulgação das análises do Corpo de Bombeiros.
Um menino de 4 anos morreu após um incêndio atingir o apartamento de um prédio no bairro Praia do Canto, em Vitória, por volta das 20h desta segunda-feira (19). Identificada apenas como Pablo (a identidade completa da criança não foi divulgada pelas autoridades). A morte foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros por volta das 23h40, mais de duas horas depois de a criança ter sido retirada do apartamento em chamas. O menino permaneceu na ambulância por todo esse tempo, recebendo o socorro e as tentativas de reanimação no local. As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas teriam começado na suíte do apartamento, número 304, que fica no terceiro andar do edifício Pintor Fanzeres, na avenida Rio Branco. Seis pessoas estavam no local: duas crianças, a mãe, o pai, a avó e uma babá.
A criança mais velha, de 6 anos, estava na sala e foi socorrida pela babá, que conseguiu tirá-lo quando o fogo começou. A mais nova, porém, ficou no quarto e inalou muita fumaça. Os familiares não conseguiram socorrê-la, pois a residência já estava tomada pela fumaça.
Segundo o cabo Rômulo, do Corpo de Bombeiros, que resgatou o menino do apartamento, uma equipe estava realizando a contenção das chamas quando recebeu a informação de que existia ainda uma criança no apartamento. Mesmo com muita fumaça no local, ele entrou no imóvel para tentar encontrar a criança.
"Havia uma equipe fazendo a contenção das chamas e chegou a notícia de que tinha uma criança no quarto. Ao sair uma das vítimas, a avó, consegui ver a direção que ela saiu. Uma equipe fazia o combate às chamas em um cômodo e chamei um deles para ingressar comigo no outro, porque minha função seria buscar uma das vítimas", disse.
O cabo ainda disse que viu a possibilidade de entrar no quarto e percebeu que a vítima ainda estava viva. Ele pegou o menino no colo e saiu, já realizando a massagem para tentar reanimá-lo no caminho até o térreo.
"Ele tentou me abraçar. Peguei ele e desci com ele no colo, realizando as manobras de RCP (Reanimação Cardiopulmonar), até entregar para o Samu. Ele estava desfalecido, tentando reagir. Precisava descer o mais rápido possível para tentar aproveitar cada momento que ele tivesse de ar", explicou.
Moradores chegaram a fazer corrente de oração ao lado de ambulância quando
A avó foi encaminhada para um hospital particular em Vitória, mas já recebeu alta. Os outros familiares foram atendidos no local pelas equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros. No final da tarde desta terça-feira (20), ela recebeu alta.
Moradores do prédio afirmaram que o incêndio teve início por volta das 20h desta segunda (19). Inicialmente, até a chegada dos Bombeiros, as chamas foram combatidas por vizinhos de outros prédios próximos. Uma moradora de um prédio vizinho informou que estava assistindo televisão quando começou a ouvir os gritos de "socorro" e "fogo". Ela abriu a janela para ver o que estava acontecendo e viu o fogo da janela do prédio logo em frente.
"Eu estava assistindo TV e comecei a ouvir uma gritaria. Quando abri a cortina do meu quarto, vi a bola de fogo e a fumaça. Fiquei muito desesperada. Não faço ideia do que causou. Estava muito forte", contou.
Por volta das 21h, o fogo já estava controlado. As equipes do Corpo de Bombeiros, porém, ainda estavam no apartamento à procura de possíveis vítimas. A Avenida Rio Branco, no sentido Reta da Penha, foi totalmente interditada em frente ao prédio.
O prédio foi interditado para a realização da perícia, que será concluída durante a madrugada desta terça-feira (20), segundo o Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil de Vitória avaliou o prédio nesta terça-feira (20) e liberou para que os moradores retornassem aos imóveis.
O fogo atingiu apenas o apartamento do terceiro andar do prédio e, segundo o tenente Magnago, do Corpo de Bombeiros, o combate às chamas foi dificultado porque houve um problema com o sistema hidráulico do pavimento. Ele afirmou também que as chamas não se alastraram para outros apartamentos, que foram atingidos apenas por fuligem. Durante a tarde, moradores retornaram para os apartamentos, mas ainda era possível sentir o cheiro forte de fumaça no local.
Os populares que auxiliaram nos primeiros resgates às vítimas reclamaram de demora do Corpo de Bombeiros para chegar ao local. Segundo o tenente Magnago, a viatura que possuía preparo para o atendimento à ocorrência de incêndio estava em um outro acionamento, em Vila Velha e, por isso, houve demora no deslocamento até o local.
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