A morte cerebral do motociclista Glênio Alves, que foi arremessado da Terceira Ponte após ser atingido por uma caro, foi confirmada à reportagem de A Gazeta pelo delegado Maurício Rocha, titular da Delegacia Delitos Trânsito, nesta terça-feira (18). Segundo ele, a família disse que agora aguarda os procedimentos para a doação de órgãos.
O acidente aconteceu no dia 12 de junho, e Glênio já foi socorrido e internado em estado muito grave. Colocado em coma induzido desde então, o motociclista também passou por uma cirurgia de laparostomia (abertura na cavidade abdominal) para drenagem de uma hemorragia. Ele era técnico em Mecânica e formado em Administração, mas trabalhava como autônomo.
Nesta terça-feira pela manhã, motoboys fizeram um protesto pedindo mais segurança e justiça pelo caso de Glênio. Clique aqui para conferir os detalhes da manifestação.
O caso ocorreu na descida da Terceira Ponte, no sentido Vila Velha. A motorista de um carro invadiu a faixa exclusiva para motos, ônibus e táxis, e acabou atingindo a moto de Glênio. Com o impacto, o motociclista foi arremessado para fora da estrutura da ponte e caiu na Rua São Paulo. Imagens registradas por testemunhas mostram o homem no chão, desacordado, cercado por populares, e na calçada da rua. A moto continuou na ponte. (Veja as imagens abaixo)
Segundo testemunhas, na queda, Glênio bateu em uma árvore e caiu sobre um Toyota Corolla estacionado na rua antes de parar na calçada.
Quando os policiais chegaram ao local, a motorista do carro estava sendo atendida na ambulância. Conforme o boletim de ocorrência, ela contou que conduzia na faixa do meio da via quando o trânsito parou e, para evitar uma colisão com o veículo da frente, jogou a parte dianteira do automóvel para a faixa da direita.
Glênio, que seguia na faixa da direita, colidiu com a frente do carro que invadiu a pista dele e foi arremessado por cima da mureta de proteção da ponte. A condutora do veículo fez o teste do bafômetro, que deu negativo.
De acordo com o delegado Maurício Rocha, da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT), um inquérito será aberto e a motorista do carro deve ser indiciada por homicídio culposo. O nome dela não foi divulgado.
"A partir desse momento a condutora do outro veículo vai ser intimada a prestar interrogatório na delegacia e, ao final, indiciada. Homicídio culposo no crime de trânsito é quando a pessoa age através de três possíveis formas: imprudência, negligência e imperícia. Quando ela não tem intenção de realizar esse resultado, mas por conta dessas três atitudes ela acaba ocasionando esse sinistro de trânsito", explicou.
Acionado pela reportagem, o advogado Edison Viana dos Santos, que representa a motorista Dalva Noia Mattos, enviou um documento assinado pela condutora em que lamenta o acidente e afirma estar à disposição das autoridades policiais. Veja na íntegra: "Venho, por meio desta, lamentar profundamente o acidente de trânsito envolvendo Glênio Alves, e enviar meus sentimentos a seus familiares, amigos e colegas. Estamos todos muito abalados com o ocorrido. Reitero estar à disposição das autoridades policiais, a fim de prestar todos os esclarecimentos necessários para a apuração dos fatos que provocaram o acidente".
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