Quase sete meses depois da morte de Gabriel de Jesus Silva e Ayla de Jesus Silva, de 2 anos, ocorrida em 14 de maio, a Justiça do Espírito Santo marcou, na última sexta-feira (4), a primeira audiência de instrução e julgamento do caso. As duas crianças morreram depois de um incêndio na casa onde moravam, no município de São Mateus, no Norte do Espírito Santo.
De acordo com a decisão do juiz Paulo Sarmento de Oliveira Júnior, a audiência foi marcada para o dia 28 de janeiro de 2021, às 15h. Na audiência, será feito o interrogatório da mãe. Caso necessário, testemunhas também serão ouvidas.
As crianças estavam sozinhas na hora que a casa pegou fogo. A mãe das crianças, Márcia de Jesus da Silva, de 22 anos, chegou a ser detida no dia do incêndio, acusada de abandono de incapaz, mas foi liberada no dia seguinte e está respondendo o processo em liberdade.
O inquérito da Polícia Civil foi concluído em maio e encaminhado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES). O pedido do delegado foi pelo indiciamento de Márcia pelo crime de abandono de incapaz com resultado de morte.
Em setembro, os Bombeiros concluíram o laudo pericial da investigação, mas não foi possível apontar a causa para o início do fogo. Os Bombeiros informaram que três possíveis causas para o incêndio foram investigadas: efeito termoelétrico, uma ação acidental ou uma ação pessoal. No entanto, não foi possível definir quais das três foi, de fato, a causa o incêndio.
Mesmo que a causa do incêndio esteja indefinida, a mãe das crianças pode ser responsabilizada criminalmente pelas mortes. Na denúncia apresentada à 3ª Vara Criminal de São Mateus, o Ministério Público do Espírito Santo acusa a mãe das crianças de ter cometido dois crimes: causar incêndio expondo a perigo a vida de outra pessoa e também por abandono de incapaz.
Em contato com a reportagem de A Gazeta, a advogada que representa a mãe das crianças, Avelânia Barbosa Lobo, afirmou que está acompanhando o andamento do processo na Justiça e já teve conhecimento da marcação da audiência. A defensora preferiu não se pronunciar sobre o caso, por enquanto.
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