As duas médicas que foram afastadas de suas funções no Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, depois da morte de Kevinn Belo Tomé da Silva, adolescente que morreu em ambulância em frente à unidade após esperar quatro horas por atendimento no dia 30 de abril, prestaram depoimento à Polícia Civil nesta segunda-feira (9).
A informação foi confirmada pela corporação. Segundo a Polícia Civil, a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha segue com a investigação e outras informações não serão passadas para preservar a apuração do caso.
A investigação segue em andamento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. As médicas que estavam no plantão prestaram depoimento nesta segunda-feira (9). Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada.
As duas médicas plantonistas foram afastadas de suas funções ainda no dia 30 de abril, horas após o falecimento do adolescente. Kevinn Belo foi transferido de Cachoeiro de Itapemirim para Vila Velha, mas, apesar da disponibilidade da vaga no hospital, como foi informado pela direção, ele não foi atendido e morreu dentro da ambulância.
Procurada pela reportagem da TV Gazeta, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que as duas plantonistas seguem afastadas e que o direito de defesa de ambas será garantido.
A Sesa informou ainda que uma auditoria foi aberta para avaliação de todo o processo que envolve o caso. O processo está em sigilo.
Ao repórter Caique Verli, da TV Gazeta, a defesa das duas médicas informou, na noite desta segunda-feira, que elas prestaram depoimento por sete horas, e que uma delas chegou a chorar. Ainda segundo o advogado Jovacyr Peter Filho, elas negaram omissão e apresentaram à Polícia Civil documentos e registros de ligações delas para a Central de Regulação de Vagas da Sesa solicitando a vaga de UTI para o adolescente Kevinn Belo Tomé da Silva.
O adolescente de 16 anos morreu no dia 30 de abril, dentro de uma ambulância, depois de esperar aproximadamente quatro horas por um leito de UTI no Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha.
De acordo com parentes, Kevinn Belo Tomé da Silva estava internado no município de Cachoeiro de Itapemirim desde o dia 27 de abril porque começou a passar mal e sentir falta de ar no dia anterior. A transferência aconteceu no dia 29, quando uma vaga já estava reservada para atendê-lo na Grande Vitória.
De acordo com a família, os médicos da ambulância prestaram o apoio possível e até pediram uma vaga em outro hospital, caso não fosse possível acolhê-lo no Himaba. Em uma gravação, dá para ouvir a profissional da saúde explicando que o caso do adolescente era considerado “gravíssimo”.
No trajeto entre Cachoeiro de Itapemirim e Vila Velha, o jovem teve duas paradas cardíacas. Uma terceira parada cardíaca aconteceu quando ele estava dentro da ambulância, segundo a mãe, Suzana Belo da Silva.
Revoltados, os familiares registraram um boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Vitória no mesmo dia.
Após a publicação desta matéria, o advogado Jovacyr Peter Filho, que representa a defesa das médicas, falou com a reportagem da TV Gazeta, na noite desta segunda-feira, sobre o depoimento delas. O texto foi atualizado com as informações.
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