O piloto envolvido no acidente de parapente que matou um empresário na manhã deste domingo (12), em Viana, não tem habilitação da Federação Capixaba de Voo Livre para atuar como instrutor, segundo informou o presidente da entidade, Marx Loureiro.
O empresário Luiz Bessa, de 34 anos, fazia um voo duplo quando caiu do parapente na região da Rampa do Urubu, em Viana. O corpo do rapaz foi encontrado, já sem vida, em um local de difícil acesso.
Infelizmente, o piloto não é um instrutor nem habilitado pela federação para realizar voo duplo. Ele não faz parte do quadro de federados. Acredito que o acidente ocorreu porque não houve checagem do equipamento, ou seja, um erro de conexão. As pernas não deveriam estar travadas corretamente, explicou Loureiro.
O presidente da federação ressaltou que a cadeirinha onde o aluno fica tem várias travas, entre elas no abdômen e nas pernas. Segundo ele, se o engate das pernas não estiver correto, a pessoa escorrega e cai do aparelho.
Na Rampa do Urubu, tem um local que se chama de regulador de selete, onde é feita a regulagem da cadeira antes da decolagem. Algo deve ter acontecido na hora do deslocamento de um lugar para outro. Cerca de 99% dos acidentes acontecem por falha de quem está usando. Voos de parapente são seguros, desde que sejam respeitados todos os critérios de segurança, afirmou.
"A FCVL - Federação Capixaba de Voo Livre lamenta profundamente a perda de uma vida e nos solidarizamos com a família, parentes e amigos que estão neste momento de imenso sofrimento pela tragédia ocorrida hoje, na Rampa do Urubu, na cidade de Viana-ES, onde ocorreu o óbito do passageiro, que infelizmente não sobreviveu ao acidente que ocorreu durante o voo.
A Segurança em nosso esporte é primordial para a nossa sobrevivência. A Natureza tem suas variáveis e, portanto, o conhecimento dos riscos que nos cercam é fundamental para que possamos praticar nosso esporte. Da mesma forma, temos que estar atentos aos procedimentos de segurança, análise das condições climáticas, situação dos nossos equipamentos (checagem, revisão), se temos a capacidade para voar em certos horários, certos sítios de voo, e com determinados tipos de equipamento. Em linhas gerais, os princípios são os mesmos, porém, há de se observar as variáveis que nos protegem e nos ameaçam.
Um fator muito discutido entre os praticantes do voo livre é que realmente somos livres para voar. Sim.... Somos livres... Mas, isso não significa que não existem regras, normas e procedimentos, que devem sempre ser observados, respeitados com critérios técnicos, que nos permitirão praticar este esporte/lazer maravilhoso e encantador, mas, que se não respeitar seus limites, pode se tornar muito perigoso como toda atividade de risco, e nem por isso devemos deixar de considerá-lo como um Esporte de Aventura Seguro. Os riscos eminentes devem ser minimizados sempre, e isso nos aproxima da nossa paixão por voar, mas, pousarmos com segurança.
Cada acidente tem variáveis que se somam e podem/devem ser analisadas e comparadas a cada voo, a cada pouso.... Nunca se repetirão as circunstâncias, porém, de forma analítica, podemos dizer que os acidentes acontecem por uma sequência de fatores e motivos, que, se não forem entendidos, passamos a sofrer do pânico e perdemos a credibilidade nas questões de segurança.
A Federação Capixaba é composta de Pilotos e Instrutores Habilitados, com Clubes e Associações que prezam pela prática segura e desenvolvimento do nosso esporte. A regulamentação do nosso esporte é uma das premissas para termos critérios que contribuem para a prática do esporte, assim como dos praticantes que queiram apenas lazer. Para isso, recomendamos sempre, para iniciantes e turistas, que procurem Escolas e Instrutores Habilitados para que cumpram as etapas do curso, ou, em se tratando de voo panorâmico, que procurem um Instrutor Habilitado, onde em nossos quadros possuímos vários pilotos com alto nível de conhecimento que possam oferecer cursos e voo dentro das normas de segurança, equipamentos com revisão periódica, qualificação do material didático e principalmente, dos Pilotos Homologados para tal.
É lamentável e muito triste a notícia dessa tragédia de hoje, mas, não podemos nos calar diante riscos eminentes, que vêm sendo objeto de nosso esforço em informar e alertar sobre os riscos dessa prática com pilotos não habilitados. Os Instutores, as Escolas, os Clubes e as Associações, assim como nossos pilotos federados buscam a conscientização daqueles que querem praticar o voo livre com segurança.
Não devemos esquecer que somos apenas uma parte de um todo. Existem pilotos que não estão em nosso quadro de atletas, aqueles que já não voam há um bom tempo e aqueles que voam com alta frequência, mas, cada um deles tem que saber de suas responsabilidades.
No quesito Voo Duplo, as coisas são mais complexas, principalmente por estarmos colocando em risco a vida de terceiros.
A prática do voo duplo, deve ser feita com critérios mais exigentes, para isto, existe uma Habilitação, um caminho a ser percorrido pelos que desejam voar com passageiro.
O piloto ao final do curso, recebe sua habilitação de Piloto Nível 1 , e para além do controle das Escolas e dos Instrutores, cada piloto tem seu currículo de acordo com os cursos e treinamentos que virão em sua carreira de Piloto.
A tragédia de hoje, nos obriga a continuar nossa luta pela regulamentação do Voo Livre, onde o caminho mais fácil pode se tornar muito doloroso, e nem sempre, a melhor escolha.
Que Deus conforte a dor dessa perda e que possamos caminhar em busca de mais segurança em nosso meio.
O alerta que sempre passamos aos que desejam praticar o voo livre com segurança, é procurar um Instrutor Habilitado, Escolas Credenciadas.
Busque sempre instrutores homologados em nosso site: www.fcvles.com.br
Um dia triste para todos nós... que Deus nos abençoe e conforte a família por essa tragédia
Marx C. Borges Loureiro, presidente FCVL
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