A disseminação da Covid-19 pelo interior do Espírito Santo não amplia apenas o número de pessoas infectadas pelo coronavírus. Também já é maior a quantidade de mortes em comparação à Região Metropolitana. A marca foi alcançada na última semana epidemiológica, do período de 9 a 15 de julho.
Enquanto Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Fundão e Guarapari tiveram, juntos, 85 mortes, nos demais municípios classificados como interior houve 91, representando 52% dos óbitos.
Os dados foram apresentados pelo professor Fabiano Petronetto do Carmo, do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em reunião do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), do qual é integrante. O levantamento, segundo ele, é mais um indicador do avanço da Covid-19 por municípios do interior, que concentram 50% da população do Estado.
Fabiano observa que em abril, no início da pandemia no Espírito Santo, a Região Metropolitana registrava cerca de 90% das mortes. No mês seguinte, passou a 70%; em junho, ficou em torno de 57%; e agora julho começa com a redução para menos da metade dos óbitos.
Para ele, o aumento dos casos de Covid-19 no interior tem um componente ainda mais preocupante, que é o fato de a rede assistencial em saúde ter capacidade limitada de atendimento. "A maioria dos municípios tem apenas uma unidade básica e que, nem sempre, é eficiente. Não tem emergência, assistência especializada", atesta Fabiano. Para os pacientes que evoluírem com gravidade, o risco de morte torna-se maior.
O professor ressalta, entretanto, que independentemente da região, as medidas de segurança, como uso de máscara e distanciamento social, são fundamentais para conter a doença. Além disso, ele lembra que o resultado das ações recentes de flexibilização de atividades começará a ser observado a partir de agora, podendo apresentar novos indicadores da Covid-19 no Estado.
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