A madrugada de domingo (25) foi de terror na Avenida Leitão da Silva, em Gurigica, Vitória. Uma sequência de disparos que durou mais de uma hora terminou com uma parede de hospital perfurada e um paciente, um idoso de 68 anos que estava internado em um leito de uma clínica da região, atingido e morto.
Antes da fatalidade, uma série de ocorrências foram registradas em Vitória. Entre elas, o espancamento e a morte de um adolescente de 16 anos, identificado como Carlos Eduardo Cabral de Oliveira e encontrado em uma escadaria de Gurigica, que teria levado aos tiroteios e à tragédia na Capital, com a morte de Daniel Ribeiro Campos da Silva no leito do hospital. E ainda um carro foi incendiado nas proximidades da Avenida Leitão da Silva.
Confira no mapa abaixo onde ocorreram os principais fatos da noite de sábado (24) e madrugada de domingo (25) no bairro Gurigica, nas imediações da Leitão da Silva. Clique em cima dos números para saber onde e como foram as sequências dos fatos.
No mapa, clique nos números para entender a história.
O tiroteio na região na madrugada atingiu também prédios em Bento Ferreira. Consultório odontológico na Reta da Penha, na Praia do Canto, também teve janelas quebradas pelos disparos. Outros locais atingidos foram o prédio da reitoria do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), na Leitão da Silva.
Um paciente de 68 anos que estava internado em um hospital na Avenida Leitão da Silva, em Vitória, morreu após ser atingido por uma bala perdida durante um tiroteio registrado durante a madrugada deste domingo (25) na região de Gurigica.
Segundo informações de familiares, Daniel Ribeiro Campos da Silva estava internado há dois anos em uma clínica de cuidados paliativos Total Health que fica dentro do Complexo Life Vix Mall, no quinto andar, ao lado do hospital MedSênior, após ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC). A bala teria atravessado a parede e atingido o paciente na têmpora.
De acordo com familiares da vítima que estiveram no hospital e conversaram com a reportagem da TV Gazeta, a bala ficou alojada no crânio e o idoso não resistiu aos ferimentos.
Uma acompanhante de paciente do hospital, que não quis se identificar, contou que o tiroteio começou por volta das 2h50 e que teria durado mais de meia hora. Depois, esporadicamente, o barulho dos tiros e clarão do foguetório retornava, tendo sido possível ouvir até rajadas de metralhadora. O que ficou da noite foi muito medo de se deslocar pelo quarto, principalmente de chegar perto da parede.
As forças de segurança do Estado ainda investigam o que motivou a sequência de disparos na Avenida Leitão da Silva, em Gurigica. Apesar de não confirmar que os disparos tenham sido represália a alguma ação anterior, o secretário de Segurança Pública, Alexandre Ramalho divulgou algumas ocorrências que aconteceram em Vitória que podem estar relacionadas ao caso, como a apreensão de drogas em Gurigica na tarde de sábado (24).
A perícia da Polícia Civil concluiu nesta segunda (26) que o disparo que atingiu Daniel Ribeiro Campos da Silva, de 68 anos, dentro de um hospital na Avenida Leitão da Silva, em Vitória, na madrugada de domingo (25), saiu de uma pistola. O projétil é de calibre .40 S&W.
De acordo com a corporação, o resultado que mostra as características da bala descartam a possibilidade de o disparo ter saído de uma arma da Polícia Militar. Isso porque as ranhuras do projétil, que são uma espécie de "identidade", mostram que ele não era de nenhuma arma utilizada pela PM.
No domingo (25), o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, afirmou que trabalhos iniciais da perícia mostraram que o tiro foi dado a cerca de 33 metros de distância do hospital.
A Polícia Militar já acreditava que o disparo tinha partido da arma de algum criminoso, já que, segundo o coronel Douglas Caus, comandante-geral da PM, os agentes não subiram o morro durante a madrugada.
"A PM não chegou a subir por questão tática. Subir naquele momento de enfrentamento geraria uma situação de muito mais disparos em todas as direções, e o bandido inconsequente atira a esmo. Fizemos a opção tática de não subir na madrugada para evitar mais confrontos e preservar qualquer tipo, inclusive, de bala perdida", pontuou.
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