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Risco do coronavírus no ES não caiu só por causa de nova matriz, diz coronel

Risco do coronavírus no ES não caiu só por causa de nova matriz, diz coronel

Para o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Cerqueira, o aumento do número de municípios em risco baixo e moderado (nas cores verde e amarelo) no mapa não se deu de forma brusca, mas sim com a cautela dos especialistas

Publicado em 30 de agosto de 2020 às 20:14

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20º mapa de risco do Espírito Santo para a Covid-19
20º mapa de risco do Espírito Santo para a Covid-19 . (Divulgação /Governo do Espírito Santo)

Com a mudança na matriz de risco anunciada nesta quarta-feira (26) para lidar com a Covid-19 no Espírito Santo, e diante do novo Mapa de Gestão de Risco apresentado na manhã deste sábado (29), apenas dois municípios capixabas apareceram classificados como em risco alto para o novo coronavírus.

Neste cenário, um dos coordenadores da equipe do centro de comando e controle no Estado, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Cerqueira, destacou que a mudança nos parâmetros na nova matriz de risco não é a única justificativa para a redução do número de cidades em risco alto. 

Segundo Cerqueira, o aumento do número de municípios em verde e amarelo - que sinalizam risco baixo e moderado - no mapa não se deu de forma brusca e que o resultado é fruto também de um trabalho de monitoramento contínuo e de ações equilibradas.

"Esse acréscimo, de fato, quando muda a matriz, pode acontecer, até que os municípios se adaptem às novas regras. Mas não foi uma subida brusca, foi de ajustes, os especialistas tiveram cautela. Não transformamos de uma semana para a outra em um mapa todo verde, estamos acompanhando. As concessões que o Estado faz e a evolução do mapa é vagarosa, fazemos as modificações e medimos durante a semana", frisou.

Critérios como o crescimento ou diminuição de casos ativos, internação, número mortes, números da testagem, entre outros, são considerados.

"O mapa vai ficar verde, mas temos que ter muita cautela. A reversão de um passo errado pode ser custosa. Se errarmos, tem que errar para cima, melhor sobrar do que faltar cuidado. Mas tentamos fazer de forma equilibrada, não queremos fechar ou restringir tudo, temos que atender ao contexto. Então o Estado avalia semanalmente, não faz promessas e cria expectativas que não pode cumprir. Temos que evitar decisões precipitadas e decisões em longo prazo, que podem demandar uma reversão depois", explicou.

O QUE MUDOU

De acordo com Cerqueira, na matriz de risco anterior eram avaliados critérios como o isolamento social e população acima de 60 anos, ambos foram retirados.

"A porcentagem de pessoas acima de 60 anos é algo que não dá para modificar e o isolamento não fazia mais sentido, em um momento de diminuição de restrições. Com a nova matriz, o governo entendeu que as coisas têm que retornar, que a vida tem que continuar, com, é claro, os devidos cuidados, como higienização, uso de máscaras e distanciamento, mas com um certo nível de convivência", afirmou.

A nova matriz continua analisando o coeficiente de casos ativos dos últimos 28 dias, mas com um peso menor do que antes, correspondente a 30%. Outros critérios utilizados são a testagem por mil habitantes e a média móvel de mortos nos últimos 14 dias.

"É importante testar bastante para descobrir quem são os casos ativos dos municípios, para rastrear os contatos e colocar todos eles em isolamento, ou seja, é importante aumentar a testagem para além dos sintomáticos. A ideia é testar a maior parte possível da população", disse a autoridade.

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A gente já passou da fase inicial, de medo do critério de ocupação dos leitos. Conseguimos controlar bem isso no Estado e superamos essa estratégia. Achatamos a curva e garantimos leitos. Entramos em uma fase de desaceleração. A maior questão para nós são os óbitos. Há redução, mas qualquer óbito é suficiente para ficarmos tristes, queremos zerar as mortes pela Covid. Nesta semana tivemos redução e este deve ter sido o fim de semana, nos últimos meses, com o menor número de óbitos

Coronel Cerqueira
Comandante-geral do Corpo de Bombeiros
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ESTRATÉGIAS

De acordo com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o Estado trabalhou em duas frentes, buscando o equilíbrio territorial e temático no controle da doença. O aspecto territorial levou em consideração, para manejar as estratégias a serem adotadas, os municípios que não tivessem a doença em nível alarmante, as quais ficariam no nível moderado do mapa de risco, e o aspecto temático, que considerou que atividades, de acordo com o nível de interação que proporcionam, poderiam ser liberadas.

"Não abrimos ou fechamos tudo, trabalhamos de forma territorial e temática, esse equilíbrio foi muito importante para que houvesse o enfrentamento positivo da crise", ressaltou.

No mês de setembro, segundo Cerqueira, já foi anunciada pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, a retomada de algumas atividades de educação, por exemplo. As faculdades já podem abrir as portas a partir do dia 14 de setembro.

"Como foram os casos das aulas presenciais para nível superior e de pós-graduação, além de atividades coletivas esportivas, e de alguns eventos específicos como os corporativos, já que há neles maior possibilidade de controle. É importante ir retornando devagar para chegar aos eventos mais difíceis de conter interações. Nesse momento temos três estratégias, que são o uso de máscara, o distanciamento, higienização. Qualquer atividade que permita as três, poderá funcionar. As outras têm que ser avaliadas", concluiu.

O NOVO MAPA DE RISCO 

O governo do Espírito Santo divulgou o 20º mapa de risco na manhã deste sábado (29). Na mais recente atualização, a Grande Vitória continua classificada como de risco moderado para a transmissão do novo coronavírus, e apenas duas cidades aparecem como de risco alto: Piúma, no Sul, e São Mateus, no Norte.

Dos 78 municípios capixabas, a maioria — 51 no total e seis a mais que no mapa anterior — encontra-se no risco moderado para a Covid-19. Também cresceu o número daqueles enquadrados no risco baixo, que subiu de 22 para 25. Já as cidades de risco alto apresentaram um decréscimo de nove cidades. O novo mapa vale de 31 de agosto (segunda-feira) a 6 de setembro (domingo).

RISCO MODERADO: 51 CIDADES

RISCO BAIXO: 25 CIDADES

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