Os quatro primeiros meses de 2023 estão sendo marcados pelo aumento significativo de casos de dengue no Espírito Santo. No Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta terça-feira (25) consta que os casos notificados da doença já ultrapassam 100 mil, sendo 54.585 desses confirmados.
O dado que mais preocupa a população e o governo do Estado é o número de mortes confirmadas, que foi atualizado ainda nesta terça (25), decorrentes da dengue, que já chega a 43 – um aumento expressivo comparado a 2022, quando o Espírito Santo registrou sete mortes no ano inteiro (quantidade seis vezes menor).
Os municípios com mais óbitos registrados estão localizados no Sul do Estado, onde o número de mortes chegou a 15. Em algumas cidades da região, as mortes chegaram a dobrar em apenas 12 dias: uma delas é Muniz Freire. Segundo a Sesa, o município que registrou o maior número de óbitos é Linhares (6).
Em relação à concentração de notificações de dengue, dos 78 municípios do Espírito Santo, apenas dois se encontram com baixa incidência da doença. Linhares é a cidade com mais notificações de casos (7.932 no total), seguido por Castelo, com 6.081 notificações, e Colatina, com 4.370 notificações.
O vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito fêmea Aedes aegypti, o mesmo mosquito pode transmitir o vírus chikungunya, doença que teve um óbito confirmado no Estado —no município de Viana.
No início do mês de abril, o Ministério da Saúde repassou para o Espírito Santo R$ 1 milhão para ajudar no enfrentamento da epidemia de dengue. A medida foi tomada pelo Estado se encontrar entre os cinco estados com os maiores números de casos em investigação.
A reportagem de A Gazeta procurou a Sesa para saber quais são as estratégias adotadas pelo governo do Espírito Santo no combate à epidemia. O órgão afirmou, em nota, que o enfrentamento tem sido feito em conjunto com os municípios capixabas, fortalecendo medidas como visita domiciliar pelos agentes de endemias, uso de armadilhas, estratificação de áreas de risco, monitoramento entomológico (dos mosquitos), além do uso de larvicida em criadouros que não são de fácil eliminação, como as caixas d'água. Outra ferramenta adotada tem sido a mobilização, com ações constantes de educação à população sobre cuidados e limpezas.
A Secretaria de Estado da Saúde também criou o Centro de Operações de Emergência - Arboviroses (COE), cujo objetivo é coordenar as ações estruturadas e articuladas, ampliando a capacidade técnica da gestão do Sistema Único de Saúde capixaba em conduzir respostas à situação epidemiológica causada, especialmente, pela dengue.
O órgão tem realizado frequentemente capacitações em todas as regionais de saúde sobre o manejo clínico dos pacientes e cuidados.
Para o munícipe, a Sesa orienta a realização de um checklist semanal, criado pelo governo do Estado, em casa para a limpeza de possíveis locais de reprodução do mosquito.
A versão anterior desta matéria informava que o Espírito Santo havia registrado seis mortes por dengue em todo o ano de 2022, mas a Secretaria de Estado da Saúde corrigiu a informação, explicando que foram sete óbitos pela doença. A Sesa também atualizou o número de mortes por dengue neste ano. O texto foi corrigido e o título, atualizado.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta