Uma perícia da Polícia Civil deverá ser realizada na Escola de Ensino Fundamental Éber Louzada Zippinotti, localizada em Jardim da Penha, Vitória. A unidade foi alvo de um ataque em agosto do ano passado, realizado por um ex-aluno, que foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por tentativa de homicídio contra cinco pessoas. O objetivo é mostrar, com imagens, como os fatos ocorreram.
A solicitação de perícia no local do crime foi feita pelo MPES, durante audiência de instrução realizada na tarde de quinta-feira (25). O pedido foi aceito pelo Juízo da Primeira Vara Criminal de Vitória — a Vara do Tribunal do Júri —, onde tramita o processo.
De acordo com a decisão, a perícia deverá ser realizada pelo Departamento de Polícia Técnica, preferencialmente no período de férias escolares, ou seja, em julho deste ano. A intenção é trazer informações técnicas sobre a dinâmica dos fatos que foram narrados pelas investigações e pelas testemunhas da invasão que prestaram depoimentos.
A perícia deve trazer imagens da escola, incluindo os dados obtidos na investigação e constantes no processo. “Requeiro, ainda, que essa perícia seja construída a partir das imagens de videomonitoramento já constantes dos autos e, sobretudo, dos depoimentos testemunhais colhidos no processo”, diz a decisão.
O resultado dessa nova avaliação, assim como laudos constantes no processo, vão ser analisados posteriormente por todas as partes — promotores, assistente de acusação e advogado de defesa. Na sequência, as partes vão apresentar seus argumentos finais para que o Juízo da Primeira Vara Criminal de Vitória decida se o jovem vai ou não ser pronunciado — decisão que o encaminha para o Tribunal do Júri.
Duas testemunhas e o ex-aluno foram ouvidos em audiência na tarde de quinta-feira (25). O primeiro foi um profissional que prestava serviços na unidade no dia da invasão, e que relatou ter sido alvo de uma arma levada pelo aluno para a escola. O disparo não o atingiu. O segundo a falar foi um professor que acompanhou toda a ação.
O último depoimento foi do ex-aluno, que voltou a reafirmar o que tinha dito em ocasiões anteriores. Homero Mafra, que faz a defesa do jovem, reafirmou que o depoimento mostrou “que ele não tinha interesse de matar ninguém na escola”.
Preso desde o ano passado, o ex-aluno foi trazido para o depoimento pelos policiais penais da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) e permaneceu algemado durante o tempo que permaneceu na audiência.
O ataque à escola aconteceu em agosto do ano passado. O jovem, à época com 18 anos, era ex-aluno, acabou detido e permanece preso.
A Gazeta não vai publicar detalhes sobre os depoimentos à Justiça nem sobre o ataque e o autor, seguindo recomendações de especialistas, em atenção ao chamado “efeito contágio”.
Para os estudiosos, quando a mídia publica esse tipo de informação, aumenta a possibilidade de imitadores do ato, em busca de visibilidade e notoriedade. Esse é geralmente um dos objetivos dos agressores, que passam a ser idolatrados por outros indivíduos propensos à promoção de novos massacres.
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