A desocupação das áreas da Suzano em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, onde estão cerca de 200 famílias do Movimento Sem Terra (MST), deverá ser feita até o dia 27 de abril. Inicialmente, a Justiça havia determinado que elas saíssem do local na última terça-feira (18), mas, após um encontro de representantes do Estado, o prazo foi estendido.
O anúncio foi feito durante uma reunião de preparação do despejo realizada na tarde desta quinta-feira (20), em que compareceram a Polícia Militar, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH) e políticos, como a parlamentar Camila Valadão (PSOL). Em até uma semana, todos os integrantes do movimento devem sair das terras ocupadas.
Representante da direção do MST, Eliandra Fernandes afirmou à imprensa que, diante da decisão da reunião, o movimento vai se reunir para decidir o que será feito até o dia 27. "Ainda teremos uma audiência com representantes do MST, do Governo Federal e do Estado, sobre a ocupação de Jacupemba e sobre os outros oito acampamentos, que na sua maioria está em áreas ditas, como áreas da Suzano", destacou.
Desde a madrugada da última segunda-feira (17), cerca de 200 famílias do Movimento Sem Terra (MST) invadiram duas áreas, localizadas no distrito de Jacupemba e em Vila do Riacho, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, "o MST alega que a fazenda faz parte do patrimônio do governo do estado, mas teria sido grilada pela Aracruz Celulose, empresa adquirida pela Suzano em 2018".
No dia seguinte, a Justiça do Espírito Santo determinou a desocupação da região. Segundo apuração do repórter Cristian Miranda da TV Gazeta Norte, os integrantes do MST tinham até 24 horas para saírem do local. A liminar de reintegração de posse foi concedida em regime de urgência, com a determinação de multa de R$ 5 mil por pessoa por cada hora que os manifestantes permanecessem no local, de acordo com informações do Jornal Nacional.
Por volta das 16h desta quarta-feira (19), terminou o prazo inicial estipulado pela Justiça, mas as famílias permaneceram no local. Uma oficial de justiça esteve na região junto com equipes do Batalhão de Missões Especiais (BME) e representantes da Suzano, para avisar ao grupo que já havia começado a valer a aplicação da multa pelo descumprimento da ordem judicial.
A reportagem de A Gazeta procurou a empresa Suzano, a SEDH e a Polícia Militar, às 21h30 desta quinta-feira, solicitando um novo posicionamento sobre a situação.
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