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"Muito desespero e gritaria", diz capixaba sobre explosão na Bacia de Campos

"Muito desespero e gritaria", diz capixaba sobre explosão na Bacia de Campos

Em condição de anonimato, o trabalhador ainda contou à reportagem que o incêndio teria sido ocasionado por um vazamento de gás, seguido de duas explosões em sequência

Publicado em 21 de abril de 2025 às 20:39

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Um incêndio atingiu na manhã desta segunda-feira a plataforma de petróleo PCH-1, no campo de mesmo nome na Bacia de Campos Crédito: auto-upload

"Muito desespero e muita gritaria". Foi com essa frase que um capixaba que trabalha embarcado resumiu o terror com o incêndio seguido de explosão na plataforma PCH-1, também conhecida como Cherne 1, localizada na Bacia de Campos, no Norte Fluminense, na manhã desta segunda-feira (21).  No acidente, 14 funcionários tiveram queimaduras e precisaram ser hospitalizados. 

Em condição de anonimato, ele contou à reportagem de A Gazeta, no início da noite desta segunda-feira, que o incêndio teria sido ocasionado por um vazamento de gás, seguido de duas explosões em sequência. Ainda conforme o trabalhador, o desespero foi tanto que uma pessoa chegou a se jogar no mar, sendo resgatada em seguida.

"Foi muita correria e gritaria. O fogo veio lá de baixo e chegou na altura do heliponto que fica na plataforma. O desespero foi maior porque tinham escadas isoladas impedindo a rota de fuga"

X.

Morador do ES e trabalhador da plataforma

O incidente aconteceu por volta das 7h25, e as chamas foram rapidamente controladas. No momento da explosão, 176 pessoas estavam na plataforma, que não produz petróleo desde 2020. 

No relato, o morador do Estado ainda conta que o número de vítimas não foi ainda maior porque o acidente teria acontecido, segundo ele, durante a troca de turno. Ele acrescenta que a brigada que atuou no socorro aos trabalhadores agiu rápido, evitando uma tragédia de grandes proporções.

"Na hora ficou tudo complicado, mas a gente conseguiu achar nosso ponto de encontro. O rapaz que se jogou no mar foi resgatado por um barco de apoio. Ele estava muito machucado. Os demais feridos foram resgatados de helicóptero"

X.

Morador do ES e trabalhador da plataforma

Sobre o colaborador que se jogou no mar durante o incêndio, a Petrobras, responsável pela plataforma na Bacia de Campos, informou que ele se encontra em atendimento hospitalar em terra, consciente e estável. Outros 13 trabalhadores que prestam serviço para a companhia foram classificados como feridos e também estão recebendo atendimento em hospital da região, ainda de acordo com  a petroleira.

Capixabas não estão entre as vítimas

Apesar de haver moradores do Espírito Santo entre os trabalhadores que prestam serviço na Cherne 1, não havia registro, até a noite desta segunda-feira, de capixabas entre os feridos no incêndio na plataforma.

Em conversa com a reportagem, o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Sergio Borges, que acompanha os desdobramentos do acidente, bem como a assistência prestada aos trabalhadores da plataforma, confirmou não ter sido registrada nenhuma vítima cuja residência seja o Espírito Santo. 

"No total, pelo que a gente apurou até agora, são 14 pessoas feridas. Apenas uma não é do Rio de Janeiro. Ela é de Minas Gerais. Ainda não tivemos informações de trabalhadores do Espírito Santo entre os que sofreram queimaduras. Estamos cobrando da Petrobras uma lista atualizada com o nome de todos os feridos e transferidos para atendimento médico", diz Sérgio.

O diretor-geral do Sindipetro-NF espera que até o início desta terça-feira (22) os números sobre o acidente sejam atualizados. "A própria companhia (Petrobras) está com o contato com a plataforma cortado e ainda não conseguiu restabelecê-lo. E ainda existem trabalhadores que serão desembarcados amanhã (terça), fazendo com que o número divulgado hoje (segunda-feira) mude", frisa Sergio Borges.

Os últimos números divulgados pelo Sindipetro-NF trazem o seguinte cenário: 32 trabalhadores encaminhados a hospitais, sendo 14 com queimaduras e os demais por inalação de fumaça.

O que diz a Petrobras

A Petrobras foi procurada para comentar a explosão seguida de incêndio na plataforma instalada na Bacia de Campos. Por nota, a companhia informou que uma comissão será criada para investigar o ocorrido.

"Com relação ao incêndio, já debelado na manhã desta segunda-feira (21/04), na plataforma PCH-1 (Cherne 1), na Bacia de Campos, a cerca de 130 km da costa de Macaé, no Rio de Janeiro, a Petrobras informa que o trabalhador resgatado no mar se encontra em atendimento hospitalar em terra, consciente e estável. Outros 13 trabalhadores que prestam serviço para a companhia foram classificados como feridos e também estão recebendo atendimento em hospital da região. A plataforma não produz petróleo desde 2020. As demais pessoas que estão a bordo de PCH-1 estão bem. Uma comissão será formada para apurar as causas do incidente", diz a nota da Petrobrás.

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