O morador do apartamento onde começou o fogo em um condomínio em Jardim Camburi, em Vitória, saiu dirigindo o carro após o início do incêndio. Segundo relatos dos vizinhos, antes de deixar o local, mesmo muito ferido, ele recusou a ajuda dos moradores do prédio. A explosão seguida de chamas foi registrada por volta das 10h30 desta segunda-feira (02). Ela atingiu outras três unidades no mesmo andar.
O prédio fica localizado na Avenida Dr. Herwan Modenese Wanderley, próximo ao Hospital e Maternidade Santa Paula. Por volta das 11h30, as chamas já haviam sido controladas. O tamanho do estrago nas quatro unidades e danos em outros imóveis próximos serão avaliados pela Defesa Civil. Imagens de A Gazeta mostram parte do prejuízo.
Ricardo Rafaski é vizinho de porta do proprietário do apartamento onde o fogo começou. Ele conta que estava sentado na sala trabalhando quando ouviu um estrondo. Logo em seguida, viu a porta do próprio apartamento e do incendiado voarem em direção ao sofá da sala.
"Eu vi uma labareda de fogo saindo de dentro do apartamento da frente. Quando fui à minha porta, ele [o dono do apartamento onde o fogo começou] veio correndo ao meu encontro. Estava todo pocado (machucado). [Alguma coisa] Explodiu com ele lá dentro. O apartamento dele estava com labaredas. Eu peguei o meu filho no quarto e descemos juntos", disse.
Ricardo ainda relata que quando saíram do prédio o vizinho queria procurar a chave do carro. "Eu estava querendo dar socorro para ele, vendo se queria alguma coisa, e ele saiu de carro", conta.
A moradora do primeiro andar do prédio Elisangela Pereira de Oliveira também conta que, quando o morador do apartamento onde o incêndio começou saiu do prédio, as roupas estavam todas em farrapos. "Tudo queimado. Ele tinha um cabelo grandinho e estava todo agarrado na cabeça. Não tinha parte do corpo que não tivesse queimada. Na parte de trás, a roupa ficou em pedaços. Ele passou por nós desorientado. Ele é uma pessoa bem tranquila", lembra.
Para ter ideia da gravidade do incêndio, janelas, portas e equipamentos de ar-condicionados simplesmente voaram, caindo no chão das áreas comuns do condomínio. Por causa da grande quantidade de fumaça inalada, três moradores precisaram receber atendimento no local.
Durante a tarde desta segunda-feira (2), o Corpo de Bombeiros realizou o trabalho de rescaldo e de perícia nos apartamentos. O prazo mínimo para que o laudo seja concluído é de 30 dias. Por meio de nota, a Corporação explicou que só depois dele ser finalizado é que informações serão divulgadas.
Ainda durante a tarde, o proprietário do apartamento incendiado foi encontrado morto em uma rua do bairro Mata da Praia, também em Vitória. Suspeito de ter causado o fogo, ele foi identificado como Marcelo Agostinho Gonçalves, de 58 anos. Segundo familiares, ele deixa um filho. O caso é tratado como suicídio pela Polícia Militar e pela Polícia Civil.
Em nota, o Corpo de Bombeiro informou que "as chamas atingiram quatro apartamentos, sendo que dois ficaram bem destruídos, inclusive a unidade que foi o foco do fogo, e dois pouco atingidos".
Segundo a mesma nota, "a suspeita é de que um homem tenha incendiado o local, mas ele não foi encontrado. Não há confirmação de vítimas no local até o momento. As perícias da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros foram acionadas".
Esta reportagem pode ser atualizada a qualquer momento com mais informações.
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