O volume de casos ativos da Covid-19 em municípios do interior do Espírito Santo ainda é crescente, mas passa a apresentar uma tendência de desaceleração. Levantamento do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE) indica que o ritmo de crescimento está diminuindo em algumas cidades.
Pablo Lira, presidente do Instituto Jones dos Santos Neves e integrante do NIEE, destaca que o pico de casos ativos - número obtido do total de confirmados com teste PCR, descontados os curados e os óbitos - ainda não foi alcançado no interior, mas houve uma desaceleração. O levantamento não considera os 16 últimos dias, janela temporal em que ainda é possível haver atualização na quantidade de registros da doença no Estado por meio de exames.
Ele explica que, fora da Grande Vitória, a evolução da doença não é tão homogênea porque existem diferenças regionais que afetam o comportamento da Covid-19. "Enquanto em alguns municípios, como os do litoral Sul e Cachoeiro de Itapemirim estão desacelerando, cidades como as que ficam na região do Rio Doce - Colatina, Linhares e Baixo Guandu - estão com o crescimento mais rápido de casos ativos", exemplifica.
Como a pandemia chegou com um atraso de três a quatro semanas no interior, a perspectiva é que também leve esse tempo para que, assim como a Grande Vitória, passe a apresentar redução nos casos ativos. "Talvez seja até um pouco mais, ainda por conta das diferenças regionais, porém essa queda vai ocorrer", assegura Pablo. Entre 14 e 28 de junho, o crescimento de casos ativos foi de 35% no interior.
Para Pablo Lira, as medidas adotadas até o momento para controle da doença demonstram que o Espírito Santo está no caminho certo e, conseguindo superar o pico, apesar dos efeitos da pandemia na saúde pública, vai reduzir os números também no interior, assim como já está sendo registrado na região metropolitana. Ele afirma ainda que, para uma queda consistente, protocolos de saúde, como uso de máscaras e distanciamento social, precisam continuar na rotina da população.
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